3 – Os dez mandamentos e as leis morais chamadas lei da fé
3.1. Fomos chamados para a liberdade espiritual, a fim de ensinar tudo o que está escrito na Bíblia (I Coríntios 8:9-11; II Coríntios 3:17-18; Gálatas 5:13).
Assim, cremos nos dez mandamentos e nas leis morais, dadas a Moisés no Monte Sinai, chamadas “Lei da Fé”, santa, justa, boa e espiritual (Êxodo 16:28, 24:12.18; Salmos 119:172; Romanos 3:27-31; 7:12-14).
Essas leis são distintas da lei de sacrifício, acrescentada depois da lei do Monte Sinai por causa do pecado (Jeremias 7:21-23; Gálatas 3:19). Serviram para os Israelitas mostrar sua fé em Cristo, sendo dada na tenda da revelação. O povo as recebeu sob o ministério do sacerdócio levítico (Levítico 1:1-14; Gálatas 3:23-25; Hebreus 7:11), justificando-os até Cristo (Levítico 4:20,26,35, 16:30; Hebreus 9:13).
As leis cerimoniais, leis de sacrifício, vigoraram até João Batista (Mateus 11:13, Lucas 16:16, Efésios 2:14-15, Hebreus 1:1-14), são chamadas de Lei das Obras (Romanos 3:20-27; Gálatas 2:16-21). Essas leis, depois da morte de Cristo pelos pecados da humanidade, não serviram mais para justificar a ninguém (Gálatas 5:3-5).
3.2. Cremos nos dez mandamentos, como lei eterna e imutável, a ser obedecida pelo homem, bem como nas ordenanças eternas que não incluem as leis cerimoniais. Nelas está contido o respeito a Deus e ao próximo e são o início da nossa obediência a um Deus soberano, imutável, sem sombra de variação e a seu Filho Jesus Cristo (Êxodo 20:3-17; Deuteronômio 5:6,32, 6:1,25, 8:6, 11:1,26,31-32; Mateus 5:17-20), a saber:
3.3. Cremos na proibição de fazer e adorar qualquer espécie de ídolo ou imagem de escultura, figura humana, de animais e de qualquer semelhança de algo que exista no céu ou na terra. Na proibição de se inclinar a todo e qualquer astro celeste. Só a Deus deve ser dada devoção exclusiva.
Deus ensinou que não devemos ter outros deuses diante ou ao lado Dele. Aquele que assim o fizer será punido (Êxodo 20:1-5,22-26, 2:1-35; Levítico 19:4, 20:2-5, 26:1; Números 25:1-9; Deuteronômio 4:16-18, 5:7, 6:6:5-14, 10:12-20, 11:16, 12:2-3, 13:3-6,17:3-5; Salmos 135:15-18; Sabedoria 13:10-19, 14:12-21; Isaias 44:9-20, Ezequiel 8:5-11,14-16, 11:21, 14:7-8). Deus abomina todo aquele que adora outro Deus que não seja Jeová.
3.4 Cremos que o segundo mandamento, ao proibir fazer e adorar imagem de escultura ou semelhança alguma do que há em cima nos céus, embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra, inclui todo e qualquer tipo de imagem, figura humana ou não (Êxodo 20:1-5; Levítico 26:1; Deuteronômio 4:14-23, 7:25-26, 13:1-3, 27:15; Ezequiel 7:3-8,20,21, 8:9,10,16,17, 11:21, 23:14-16; Romanos 1:22-26; Apocalipse 21:27, 22:14-15).
3.5. Cremos no sétimo dia, o sábado, como dia de repouso cristão, abençoado por Deus desde a fundação do mundo (Gênesis 2:1,3). Este dia foi guardado pelo povo de Deus, antes de ser ordenado a Moisés no Monte Sinai como o quarto mandamento de Sua lei (Êxodo 16:23-30, 20:8-11, 35:2-3). Foi dado como um sinal entre Deus e seu povo (Êxodo 31:12,17; Levítico 23:3; Deuteronômio 5:13-15; Isaías 58:13-14; Ezequiel 20:12-20).
É um dia abençoado, santificado e celebrado como concerto perpétuo entre Deus e o seu povo. Foi confirmado por Cristo e por seus apóstolos na nova aliança, como o dia do Senhor para o descanso do homem (Mateus 12:8, Marcos 2:27-28; Lucas 4:16,31, 6:6, 23:54-56; Atos 13:14-27,42-44, 17:1-2, 18:1-4; Hebreus 4:4-9).
Há uma promessa de Deus para aqueles que guardam o Sábado. Este deve ser um dia de reverência, guardado como dia santo e solene. Nele há a total abstenção de quaisquer obras materiais: viagens que não tenham fins espirituais; trabalhos materiais, lazer material, festas, estudos, etc.
Neste dia não devemos fazer a nossa própria vontade, e nem mesmo falar de coisas materiais, devemos reservá-lo para as coisas de Deus, porque se assim fizermos, bênçãos recairão sobre nós, e haverá a esperança de uma vida eterna (Isaías 56:1-7, 58:13-14; Jeremias 17:24-27).
O dia de descanso estende-se não apenas a nós e a nossos filhos (as), mas também a todos aqueles que estão debaixo de nosso teto ou sob nossa autoridade, incluindo, portanto, nossos empregados (as), animais e aqueles que nos visitam (Êxodo 16:23-30, 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15).
3.6. Os pais têm o dever perante Deus, como mandamento sagrado, de instruir os filhos, ensinando-lhes tudo que está contido nas Escrituras, pois “os filhos são herança do Senhor” (Salmos 127:3; Provérbios 19:13; Hebreus 12:7-9).
Os pais devem instruí-los não só a Doutrina, mas também os Estatutos e normas internas da Igreja, incentivando-os à frequência aos cultos e à participação nos eventos da mesma. Devem coibir todas as práticas mundanas, ensinando-os desde pequenos:
- Se meninas, a não cortar os cabelos, furar as orelhas, usar roupas inconvenientes às mulheres cristãs, bem como toda e qualquer prática que a Igreja proíba para os adultos (Deuteronômio 11:19-21; Provérbios 19:18, 22:6; Efésios 5:8-13, 6:4; Colossenses 2:20; I Pedro 3:3-4);
- Aos adolescentes, deve-se proibir a frequência a lugares impróprios às pessoas cristãs, tais como: danceterias, bailes, jogos, leituras e filmes pornográficos, bem como outros costumes afins, não condizentes à conduta e ao testemunho cristão (Colossenses 3:5-8; II Timóteo 2:22; Tito 2:6-8, I Pedro 2:11-12, 4:1-5; I João 2:15-17), evitando-se companhias nocivas à formação do caráter do jovem cristão.
Os pais devem, inclusive, ensinar aos filhos a conduta sexual cristã, desestimulando as relações sexuais antes do casamento (Eclesiastes 11:9-10; Coríntios 6:15-20, 7:8-9,25-28,36-38; I Pedro 5:5). O povo de Deus é um povo diferente do mundo, é exemplo para o mundo e não semelhante a ele.
3.7. Os filhos devem honra e obediência aos pais, independente de idade (Eclesiástico 3:14-16). Devem sujeitar-se a eles, acatando seus ensinamentos dentro das Escrituras Sagradas (Êxodo 20:12; Levítico 19:3, 20:9; Deuteronômio 5:16, 21:18-21; Provérbios 1:8-9, 6:20-23; 10:1, 23:22, 28:24; I Timóteo 4:12; II Timóteo 2:22). Este é um dos dez mandamentos com promessa (Êxodo 20:12), promessa que inclui não apenas a salvação, como também longevidade sobre terra (Provérbios 20:20).
Todo filho desobediente é maldito para Deus e não ficará impune (Levítico 20:9, 19:3; Deuteronômio 27:16; Efésios 6:1-3; Mateus 15:3-6, 19:19; Marcos 7:10, 10:19). Os filhos devem obedecer aos pais não apenas por ser um mandamento para salvação, mas também por reconhecimento, aprendizado, autodisciplina, crescimento espiritual e material.
A ordem da criação, desde o jardim do Éden, explicita e estabelece a ordem de autoridade no lar (I Timóteo 2:13). O princípio do respeito a qualquer hierarquia constituída por Deus começa no lar (Colossenses 3:20; I Pedro 5:5-6).
3.8. Cremos no mandamento “Não adulterarás“, tanto em sua interpretação literal, quanto aplicado de forma parabólica, ou seja, na proibição da relação sexual cometida com outro que não o cônjuge, assim como nas demais formas de adultério (Êxodo 20:14).
“Não adulterarás” é um mandamento abrangente que vai muito além de um ato sexual. Jesus, em sua sabedoria, o aperfeiçoou em Mateus 5:27,28, estabelecendo que a simples cobiça no coração já é adultério na presença de Deus.
A expressão “não adulterarás” é usada em muitas passagens bíblicas, em parábolas, importando em muitos significados, tais como:
- Idolatria é uma forma de adultério (Gênesis 3:8-9; Ezequiel 23:37,43,45; Oséias 2:1-3);
- Cobiça (Mateus 5:27; Tiago 4:1-4; II Pedro 2:13-15);
- Alterar, acrescentar, modificar a palavra de Deus são formas de adultério (II Coríntios 4:2); e
- Ser pertencente a uma Igreja com falsas doutrinas (I Coríntios 6:1-19; II Coríntios 11:2; Apocalipse 2:20-22, 14:4).
O membro que incorrer em quaisquer das formas de adultério, aqui mencionadas, será exortado pelo Pastor da Igreja local a que pertencer, para que se arrependa, confesse o pecado e o deixe. Caso persista, será excluído da Igreja, não podendo tomar parte nos sacramentos da mesma (I Coríntios 5:1-5,9-13).