11- A festa de Pentecostes
11.1. Cremos no Dia de Pentecostes, como dia festivo, solene e santo celebrado pela Igreja, nele há santa convocação e obrigatoriedade da participação de todos os membros. É um sábado de descanso ao Senhor (Êxodo 23:16).
Esse dia, também chamado de festa das primícias, é celebrado 50 (cinquenta) dias após a Páscoa, do calendário lunar, começando sua contagem à partir do 15º dia do primeiro mês do ano, dia seguinte ao da Páscoa (Levítico 23:9; Josué 5:10-12).
11.2. Este Dia foi ordenado por Deus a Moisés, no Monte Sinai, quando fez o segundo concerto com o povo de Israel e lhes deu Sua Lei, para que fosse guardado na terra da promessa (Êxodo 19:1-25). Deus exigiu de Israel atenção para ouvir sua Lei, dada neste mesmo dia a Moisés, Dia de Pentecostes (Êxodo 19:1-24, 24:1-15).
Depois de 40 (quarenta) anos, o dia tornou-se a festa das primícias, e teve sua primeira celebração no ano em que Israel entrou na terra prometida, época em que o maná cessou de cair (Levítico 23:9-14; Josué 5:10-12). Deus mandou Israel lembrar-se desse dia como eterno (Deuteronômio 4:8-15; Hebreus 12:18-29).
Deus havia ordenado aos Israelitas que ao entrarem na terra prometida, não comessem dos seus frutos sem que primeiro fossem levadas as primícias ao sacerdote (Números 18:8-32; II Crônicas 32:4-12; Neemias 10:35-39). No dia de Pentecostes, o sacerdote recebia o molho das primícias levadas pelo povo, o agitava diante de Deus, no altar do santuário, como oferta para que Ele aceitasse Israel, primícia tirada da terra do Egito para obedecer a sua Lei (Êxodo 19:1-24; Levítico 13:9-13).
Com as primícias, eram oferecidos dois pães de trigo com fermento, para que Israel crescesse como primícias para Deus; isto é um sinal, é um estatuto perpétuo para o Seu povo (Levítico 23:9-21; Deuteronômio 4:8-15; Hebreus 12:18-29). Também neste dia o sacerdote ensinava a Lei de Deus ao povo.
11.3. O Dia de Pentecostes traz em si grandes simbologias:
- Os pães de farinha de trigo com fermento, colocados em ordem na mesa do altar, simbolizavam as 12 tribos de Israel diante de Deus (Levítico 24:5-9);
- Os sete castiçais (sete igrejas) de ouro, com suas sete lâmpadas (os sete espíritos de Deus) que iluminavam o altar, são símbolos dos sete espíritos de Deus iluminando a Igreja de Deus em cada fase (Êxodo 5:31-32,37; Levítico 24:1-9; Números 8:2-4:19-20; Isaías 63:10-14; Zacarias 4:1-5,6, 5:6,10; João 14:16-17; Apocalipse 1:12,20, 2:1, 4:1-6, 5:6;); e
- Os doze tronos são as 12 (doze) tribos da Igreja de Israel da primeira aliança, bem como os 12 (doze) apóstolos da nova aliança, que julgarão a grande multidão no juízo (Daniel 7:9-22; Lucas 22:28-30; Apocalipse 7:9-17).
11.4. Na primeira aliança, a Igreja recebeu o batismo pela passagem no mar vermelho, e o batismo com o Espírito Santo, pelo fogo e pela nuvem que guiou os Israelitas (I Coríntios 10:1-2). O Anjo que os guiava era Cristo, para que obedecessem a Lei de Deus (Êxodo 3:15, 14:19; Números 20:16; I Coríntios 10:4-9).
Contudo, a Igreja não o obedeceu, e Deus divorciou-se dela (Isaías 63:7-12, 50:1-2; Jeremias 3:8, 31:37; Oséias 2:2-4; Atos 7:37-42; I Coríntios 10:1-11); razão pela qual Deus jurou que não entrariam no seu descanso (Salmos 95:1-11; Hebreus 4:1-6).
O dia do Pentecostes já apontava, na velha aliança, a Igreja dos Primogênitos, registrada no céu por Cristo como cabeça, tendo, pelo derramamento do poder do Espírito Santo, a sua continuidade, na segunda aliança, através dos apóstolos (Êxodo 3:1-22, 4:1-16, 23:20-23; Isaías 44:3-5; 63:7-10; Daniel 7:13-14; Joel 2:28-32; Zacarias 10:1; João 5-45; I Coríntios 10:4-5).
11.5. A oferta das primícias apresentada pelo sacerdote, e agitada no dia de Pentecostes, na Primeira Aliança, era simbologia da igreja sendo agitada, na Nova Aliança, pelo poder do Espírito Santo (Levítico 23:9-14; Jeremias 2:3; Tiago 1:18).
No dia de Pentecostes, ocorreu não apenas o derramamento do Espírito Santo, como Cristo havia prometido aos discípulos, como também o casamento de Cristo com sua noiva. Esse derramamento se deu através de sinais visíveis: vento impetuoso, línguas repartidas como que de fogo e o falar de línguas estranhas, que agitou a Igreja pelo poder do Espírito Santo, para anúncio do reino de Deus (Lucas 24:46-49; João 14:26, 16:13-14; Atos 16:9,21-33,1:7-8,33, 2:14-26; Hebreus 12:18-23; Tiago 1:17-18).
Esse foi o sinal da apoteose da Igreja, é o marco imutável da exaltação e glorificação de Cristo, que entrou no seu Reino, e sentou no seu trono, para reinar eternamente com Jeová e os doze discípulos (Lucas 1:31-33; João 7:38-39; Atos 2:30-36; Filipenses 2:9-11; Apocalipse 5:9-14, 11:15-14, 12:10) e para o julgamento pelos livros (Salmos 9:4-7; Atos 2:1-4,17-18,32-36).
Cristo, como já dito, assentou-se junto ao Pai e teve o domínio de seu reino no céu, tendo sido coroado por sua vitória, apresentando a Igreja como sua esposa, dando a luz filhos para Deus (Salmos 21:3-5; Daniel 7:13-14; Marcos 16:19; Efésios 5:23-24; Hebreus 2:9; Apocalipse 3:7,21; 6:2). A Igreja foi recebida por Cristo, para entregá-la a Deus como primícia, para a glória do seu nome.
A Igreja da Nova Aliança, como Rainha, Virgem e Esposa do Cordeiro (Salmos 45:9-17; Cantares 1:8, 2:9,14-16; I Coríntios 2:9,14-16, 6:9-13) foi edificada por Deus na coluna da verdade (Mateus 16:18-19; Efésios 5:25-27; I Timóteo 3:14-16).
Na vinda de Cristo, assim como foi no dia de Pentecostes, haverá o derramamento do Espírito Santo sobre os ressuscitados, para renovação do Reino Universal de Cristo, para o conhecimento da verdade (Salmos 104:29-31; Ezequiel 34:24-28, 37:11-28, 39:11-29; Joel 2:23-24-28; Atos 2:1-4).