O Sábado: perspectiva histórica e o Novo Testamento
O que podemos inferir no Novo Testamento sobre o sábado e a sua guarda?
Tiago, o primeiro líder da igreja cristã primitiva, escreveu sobre este mandamentos (Tiago 2:10-11), assim como Lucas, o médico e evangelista da igreja primitiva (Atos 16:13).
O livro de Atos no Novo Testamento menciona 84 vezes que o sábado era observado pelos seguidores de Cristo (Atos 16:13;17:2-3; 18:4).
João, o último dos doze apóstolos a morrer, guardou o sábado. Ele escreveu na ilha onde teve a visão do apocalipse: “No dia do Senhor achei-me no Espírito” (Apocalipse 1:10).
Uma pesquisa sobre as evidências na Escritura revela que os apóstolos não fizeram nenhuma tentativa de mudar o dia de descanso de Deus do sétimo para o primeiro dia da semana.
O Novo Testamento menciona o primeiro dia da semana oito vezes. Em nenhuma delas, o primeiro dia da semana é chamado de dia santo, nem apresenta qualquer indicação de que deveria ser separado como um dia de adoração. Um exame crítico dos oito textos que mencionam o primeiro dia da semana mostra os seguintes eventos que ocorreram no domingo:
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“As mulheres visitaram o túmulo de Jesus no primeiro dia” (Mateus 28:1);
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“Quando terminou o sábado”, mulheres voltaram a fazer suas atividades seculares no primeiro dia da semana (Marcos 16:1, 2);
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Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena na madrugada do primeiro dia da semana (Marcos 16:9);
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Os seguidores de Jesus voltaram às suas atividades seculares no primeiro dia da semana (Lucas 24:1);
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Maria foi ao túmulo de Jesus e o encontrou vazio no primeiro dia da semana (João 20:1);
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Os discípulos se reuniram “por medo dos judeus” (não para adoração) no primeiro dia da semana (João 20:19);
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Paulo pediu aos membros da igreja para consultarem suas economias no primeiro dia da semana e, de acordo com sua renda, separarem “uma quantia” para enviar aos pobres em Jerusalém (I (Coríntios 16:1, 2). A passagem não menciona qualquer indício de encontro religioso; e
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Em Atos 20:7, Lucas fala de uma pregação de Paulo feita no primeiro dia da semana num encontro casual de despedida. Além disso, Paulo pregava todos os dias, e os apóstolos repartiam o pão diariamente (Atos 2:46).
Nenhuma dessas passagens da Escritura sugere que os apóstolos pretendiam cessar a observação do sábado. Os apóstolos não mencionaram nenhuma mudança do descanso sabático do sétimo para o primeiro dia da semana. Não há nenhuma evidência clara no Novo Testamento de que tenha havido essa mudança.
Quando, como, e com que autoridade foi mudado o Sábado para o Domingo?
Fatos históricos:
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O primeiro dia da semana era considerado, pelos antigos Babilônicos, como dia de culto ao Sol.
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No ano de 274 depois de Cristo, o Imperador romano Aureliano adotou o culto ao Sol como religião oficial. O imperador instituiu o primeiro dia da semana, o Domingo, como o venerável dia do Sol, ou DIES SOLIS no Latim.
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Ainda hoje, em algumas línguas, o Domingo mostra suas origens: SUNDAY (em Inglês) e SOONTAG (em Alemão) querem dizer “Dia do Sol”. Sábado, em Hebraico, quer dizer “descanso”.
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No ano 100 D.C., a religião Cristã era veementemente perseguida por Roma, e que centenas de milhares perderam suas vidas defendendo e provando sua fé diante dos leões e das labaredas de fogo. Esta perseguição só teve fim com a “conversão” do imperador Constantino ao Cristianismo. Esta “conversão” política tinha o claro objetivo de apaziguar as perseguições, bem como o de conceder poder à ascendente e poderosa religião Cristã. Mas nessa ocasião, muitos dos costumes da religião oficial de Roma, o culto ao Sol, foram mescladas ao Cristianismo com o objetivo de atingir mais facilmente os pagãos.
Um desses costumes foi a guarda do Domingo junto com a do Sábado, ou seja, a criação do novo final de semana. -
Em 321 D.C., o Imperador Constantino, baixou um decreto obrigando a todos os que viviam sob seus domínios a honrar o dia do Sol: “Que os juízes e o povo das cidades, bem como os comerciantes, repousem no venerável dia do Sol. Aos moradores dos campos, porém, conceda-se atender, livre e desembaraçadamente, aos cuidados da lavoura”.
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Cerca de 40 anos mais tarde, a Igreja Cristã, já mais poderosa e organizada, através de seus Bispos, realizou o Concílio de Laodiceia, onde, oficialmente e sem nenhuma intervenção Divina, mudou o Santo dia de guarda do Sábado para o Domingo: “Os cristãos não devem judaizar, ou estar ociosos no Sábado, mas trabalharão nesse dia; o dia do Senhor (Domingo), entretanto, honrarão especialmente, e, como Cristãos, não devem, se possível, fazer qualquer trabalho nele. Se, porém, forem achados judaizando, serão separados de Cristo.” (Cânon 29, do Concílio de Laodicéia, em 364 d.C.)”.
Este surpreendente decreto nos apresenta duas verdades:
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A primeira é que, ao contrário do que muitos afirmam, o Sábado era observado e honrado pelos Cristãos até o quarto século depois de Cristo. Se não fosse o caso, não haveria necessidade de um decreto para desobrigá-lo.
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A segunda verdade é que não houve qualquer base bíblica para a mudança do dia de adoração. O objetivo aqui era que os Cristãos não fizessem nada que lembrasse o Judaísmo, ou seja, o povo que matou o Senhor Jesus Cristo.
Este ato revela o grande sentimento antissemita vigente na época, e a ânsia, a qualquer preço, de distinguir os Cristãos desse povo. Notem que a ordem do Concílio é guardar o Domingo “se possível”, enquanto é bem enérgico em dizer que quem guardar o Sábado “será separado de Cristo”.
Como vemos, a mudança foi gradativa do Sábado verdadeiro para o Domingo. Foi também forçada e sem qualquer base nas Escrituras.
Vejamos algumas opiniões:
Disse o Cardeal Gibbons, arcebispo de Baltimore e primaz da Igreja Católica nos Estados Unidos: “Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma única linha que autorize a santificação do Domingo. As escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca observamos.” (Faith of our fathers, Pg. 89, 1896).
Nunca foi da vontade de Deus que sua Santa Lei fosse revogada e reescrita, embora esses atos humanos já fossem previstos tanto no Novo, como no Velho Testamento. A Bíblia já previa estes acontecimentos:
“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.” (Atos 20.29-30)
“Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai.” (I João 2.23-24)
“Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a Lei; e os santos lhe serão entregues por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.” (Daniel 7.25)
Em todas essas passagens, vemos a preocupação de Jesus quanto a mudanças, assim como, Daniel havia previsto as mesmas há muito antes de Cristo.
AGORA RECENTEMENTE: MUITAS MUDANÇAS FORAM FEITAS PELO PARA JOÃO PAULO EM VÁRIAS ENCICLICAS:
1999 – “O papa João Paulo II contraria a ordem bíblica exarada nos dez mandamentos e emite uma encíclica de 40 páginas intitulada “Dies Domini”, sobre a importância de guardar o domingo. Reafirma neste documento que o dia estabelecido por Deus é o sábado, mas que a igreja achou conveniente mudar o dia de guarda e todos devem guardar o domingo e não o sábado.”;
2000 – Em setembro de 2000, o papa João Paulo II emite um outro documento intitulado “Dominiun Jesus”. Este documento enfatiza que a igreja católica é a única igreja verdadeira e o único instrumento de salvação. Sabemos que esta igreja tem a pretensão de afirmar que tem autoridade para mudar o que tem nas Escrituras. Não só afirmaram, como fizeram muitas mudanças que afetam diretamente a salvação do homem: o batismo em nome nenhum portanto nulo.
O que algumas Igrejas protestantes dizem sobre a guarda do sábado?
Os documentos oficiais que resumem as crenças de várias denominações protestantes concordam que a Bíblia não oferece nenhum tipo de ocorrência que legalize a observância do domingo.
Martinho Lutero, o fundador da Igreja Luterana, escreveu na Confissão de Augsburg, Artigo 28, parágrafo 9: “Eles [os Católicos Romanos] alegam que o sábado foi mudado para o domingo, o dia do Senhor, que é contrário ao decálogo [os Dez Mandamentos],… nem há qualquer exemplo maior de prepotência do que essa mudança do dia de descanso. Com isso, eles dizem que grande é o poder e a autoridade da igreja, pois ela dispensou um dos dez mandamentos”. [tradução livre]
Os teólogos metodistas, Amós Binney e Daniel Steele, observaram: “É verdade, não há nenhuma ordem bíblica que assevere o batismo de crianças… nem que seja santificado o primeiro dia da semana”. Theological Compend (Nova Iorque: Methodist Book Concern, 1902), págs. 180, 181. [tradução livre].
O Dr. N. Summerbell, historiador dos discípulos de Cristo e da igreja cristã escreveu:“A igreja Romana havia se apostatado totalmente… Ela alterou o Quarto Mandamento, trocando o descanso do sábado ordenado na Palavra de Deus, e instituindo o domingo como dia santo”.
Por outro lado, o protestantismo atual diz: Cristo cravou as leis e, com sua morte, cumpriu tudo na cruz, nada mais é necessário guardar, não somos justificados pelas obras da lei, a salvação é pela graça, somente temos que aceitar a Jesus para sermos salvos. Muitas outras justificativas são dadas para se eximir da guarda do sábado, havendo quem afirme, ainda, que todos os mandamentos foram ratificados no Novo Testamento menos a guarda do sábado.
O que todos esquecem é que a Bíblia nos afirma que se guardarmos todos os mandamentos, mas tropeçarmos em um, somos culpados de todos.
Estudo extraído das seguintes fontes de pesquisa:
http://jonatanconceicao.blogspot.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/cr%c3%adticas_%c3%a0_doutrina_da_trindade
http://pt.wikipedia.org/wiki/natal
http://www.jesusvoltara.com.br/sabado/05_sabado_ou_domingo.ht
A True History of the Christian and the Christian Church, pg. 417, 418.