Vencer o mal com o bem
Romanos 12:17-21: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
Introdução
Esta mensagem tem por objetivo trazer reflexões sobre a conduta quanto ao semelhante: sua conduta cristã tem sido igual com relação ao seu amigo e ao inimigo?
O ser humano é propenso a amar e se relacionar com quem o ama, mas quando se trata de pessoas que não são do seu convívio, nem sempre há simpatia: uma conduta considerada “normal” tem sido deixar de lado essa pessoa, ou tratá-la da mesma forma que ela nos tratou.
Paulo fala, no texto da leitura inicial, quanto a amar o inimigo. No versículo 17, ele diz ainda, “a ninguém tornai mal por mal” e no versículo 21, diz “não te deixe vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
O que somos quando odiamos o irmão?
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” – I João 4:19-20
É grave a afirmação, pois não de nada adianta estarmos dentro de uma igreja, guardarmos alguns mandamentos e fracassarmos neste ponto tão importante que é o amor ao próximo. Isto equivale a não amar a Deus.
O que acontece geralmente nas ofensas?
A pessoa que não está espiritual pode se portar da seguinte forma quando recebe desagravo ou ofensa:
- Revidar a ofensa;
- Falar para os demais sobre o que aconteceu;
- Desejar mal a pessoa;
- Vingar-se;
- Odiar; e
- Não perdoar.
Qualquer tomada de decisão acima é grave, mas o ódio é gravíssimo, pois, perante a Bíblia, a pessoa se torna assassino. E nenhum assassino entrará no reino dos céus.
“Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo. Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.” – I João 3:15-16
Por que João disse isto?
Porque o ódio é tão intenso que funciona, metaforicamente falando, como alguém que, se pudesse e não fosse proibido, mataria o outro. Ódio e o assassinato estão correlatos pela mesma engrenagem subjetiva.
Portanto, para ser leal a Deus E dar testemunho do que se é, é necessário sofrer a injúria, o desagravo, a humilhação, etc. Somente assim há que se seguir o mandamento de Jesus: amar o inimigo, orar por quem persegue.
Como Deus vê o homem?
O amor e a misericórdia de Deus não têm limites para aqueles que o temem e para muitos outros. Quem é o homem para não ter misericórdia do próximo?
Aquele que odeia ou aborrece aos outros é uma pessoa infeliz e que faz mal a si própria. O ódio é uma doença grave: perdoar e exercer a misericórdia é um bálsamo para uma alma ferida. A misericórdia deve ser exercida por todos para que Deus use da sua misericórdia com cada um.
Jesus é enfático quando diz: Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”.
Jesus vai mais longe e diz que, além de amar os inimigos, devemos orar por aqueles que nos perseguem, para que possamos ser filhos de Deus.
Deus só usará de misericórdia com aquele que usou de misericórdia. Mas e a misericórdia, o que é?
“Porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo! “ (Tiago 2:13)
Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. Ter misericórdia das pessoas é ter compaixão e tomar atitudes do coração diante das ofensas ou desagravos de uma pessoa. É olhar com olhar não de desaprovação, mas de reflexão.
Voltando ao texto inicial de Paulo, ele diz: “Jamais procure a vingança, meus amigos: em vez disso, deixem isso para a ira de Deus, porque está escrito: A vingança é minha responsabilidade eu a executarei.”
Portanto, não pode existir vingança, nem revide para o cristão, porque o juiz é Deus, e Ele fará justiça por aquele que entregou o problema na mão dele. A lei da semeadura é tão certa como a noite e o dia.
Como suportar as ofensas?
Através de esforço espiritual concentrado, a pessoa pode refinar sua habilidade de perceber a realidade em verdade e em profundidade, sensibilizar seu coração a reagir apropriadamente aos fenômenos da vida, e adquirir uma “segunda natureza” modificada quanto se trata de comportamento e atitudes não condizentes com a postura cristã.
Portanto, o homem bruto do pecado, através do seu e crescimento espiritual pode melhorar o relacionamento com o próximo, o que fará com que chegue mais próximo de sofrer as injurias e ofensas. Não se deve esquecer que todos devem comparecer ao tribunal celestial e dar conta de tudo o que aqui foi feito, isto a bíblia é clara em toda a sua extensão.
Pedro 3:9 “Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, bendizei, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança”.
Mateus 12:36,37 “Mas Eu vos digo que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar conta no dia do juízo. Pois pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado”.
Jeremias 17:10 “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, e provo a mente, e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos, e segundo o fruto das suas ações”
Estes versículos deixem claro que não se pode, de forma alguma, revidar, mas retornar o recebido em outra moeda de valor, ou seja, em atos e atitudes boas. Tanto que o último versículo diz: “não te deixe vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem, ou seja, dê a outra face”, sendo está também a fala de Jesus. Aquele que serve a Deus deve ter uma conduta diferente da maioria.
Contudo, sempre queremos justificar o revidar quando algo nos atinge. Isto é correto para o cristão, segundo as Escrituras? Como proceder diante de ofensas e injúrias?
As ofensas e injúrias e toda sorte de coisas que nos desagradam, vindas do amigo ou do inimigo, devem ser analisadas à luz da razão e espiritualmente.
Em primeiro lugar, deve -se indagar o porquê daquilo. Obviamente, nada justifica esses comportamentos, mas às vezes, é preciso ter em mente que a pessoa que ofende está equivocada a respeito do outro.
A melhor tática é o diálogo com a pessoa para saber a razão daquele comportamento, pois muitas discórdias vêm de desentendimentos que podem ser desfeitos quando esclarecidos.
Caso isto não aconteça, não se deve revidar, mas responder de forma contrária, pois dessa forma é possível transformar aquele desafeto em um amigo, e, assim, dar testemunho como cristão.
Em segundo lugar, devemos amar ao próximo como a nós mesmos.
Partindo desta orientação de Paulo, vamos cair no mandamento dado por Jesus que disse:
“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo”’.
A mensagem de Jesus é muito mais profunda, pois ela direciona seis de dez mandamentos para o próximo.
Neste texto, Jesus não distingue se o próximo é amigo ou inimigo; ele é genérico na sua afirmativa: “ame o teu próximo como a ti mesmo”.
Amar o próximo como a si mesmo é um mandamento sério, pois implica em tudo o que Paulo diz: “vencer o mal com o bem”. Em termos concretos, significa fazer ao próximo o que gostaríamos que fizessem conosco.
Todos querem o melhor para si; então, deve-se querer sempre o melhor também para o próximo. Não se pode revidar ou odiar ao próximo, pois devemos nos lembrar que todos são pecadores e, mesmo assim, Deus ama e tem misericórdia do ser humano, tolera os pecados, perdoa todos os dias. Por isso, devemos perdoar as ofensas do próximo.
A oração do Pai Nosso já descreve isto: “Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos os que nos tem ofendidos”. A Bíblia é clara, portanto, quando afirma que “não será perdoado aquele que não perdoa o próximo”, seja ele nosso irmão, amigo, inimigo ou mesmo desconhecido.
Conclusão
Em conclusão, pode-se dizer que todos que se dizem cristãos devem policiar as suas atitudes e ações, procedendo com urbanidade e amor, seja com o amigo ou inimigo. Nunca, em nenhuma circunstância, revidar o mal pelo mal, nem nunca pensar em vingança. Quem quer se vingar se coloca no lugar de Deus.
Quando em situações conflitantes que envolvem ofensas e injúrias, devemos lembrar que cristão deve ser luz e que tem que se distinguir como luz. Desta forma, usar o que Jesus ensinou: amar o próximo como a nós mesmos, exercer misericórdia e utilizar a oração por aquela pessoa, nunca deixando de perdoar.
Os frutos devem ser bons, a conduta deve ser espelho diante de infortúnios e coisas que desagradam e que magoam, pois com o testemunho poderá surpreender aquele que ofendeu e levá-lo a repensar as suas atitudes.