“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” – Jeremias 10:23

INTRODUÇÃO

Esta mensagem será uma reflexão sobre as palavras do profeta Jeremias ditas a Deus. O caminho do homem é livre, pois Deus deu o livre arbítrio a cada um de fazer o certo ou o errado.

Por que, então, Jeremias afirma que não é do homem o seu caminho?

Sabe-se que o homem pode fazer o que quiser, mas há uma linha traçada pelo Criador entre o bem e o mal. Não é do homem o seu caminho, ele pode até traçá-lo, mas os planos que Deus tem para o homem não lhe pertencem, mas pertencem a Ele que conhece o passado, presente e futuro.

Provérbios 16:9 diz: “O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos”.

A Deus todo poderoso pertence a trajetória humana, que pode ser boa ou má, a depender daquilo que o homem queira ser.

Isso vale para as nações também: o que querem e fazem para si ou para o mundo, boas ou más políticas, poderá mover ou não a misericórdia de Deus.

Deus é misericórdia, mas é justiça e juízo também. Em geral, o homem tem desviado a sua conduta, não tem observado aquilo que Deus traçou para que ele fosse feliz na terra e a vida pudesse ir bem.

Paulo, em Gálatas 6:7, diz: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isto também colherá”.

Hoje muitas pessoas têm se voltado para Deus. Mas qual seria o objetivo do homem estar procurando Deus? O objetivo é servi-lo, buscando cumprir o que Ele deixou para o homem, para chegar à salvação ou será que o homem o tem buscado visando uma proteção de Deus para o presente momento ou uma melhor vida aqui, sem se preocupar com a salvação e a guarda dos seus mandamentos?

Trajetória das coisas ruins

O mundo anda moribundo, a evolução e o saber humano aparentemente fizeram o mundo ser melhor. Hoje se tem todas as facilidades para viver; qualquer pessoa, por mais humilde que seja, tem o que há cinquenta anos somente pessoas abastadas tinham, não se comparando com o passado.

Mesmo quando há política deficitária do poder público, há acesso à água encanada em nossas torneiras, eletricidade em nossas casas. Tudo aquilo que o homem pensa em adquirir – TV, geladeira, fogão, etc – pode encontrar no mercado ou outras lojas para comprar. Até mesmo a cultura consegue consumir facilmente, pois não é mais necessário ir ao cinema, por exemplo; o filme está em nossas casas e chega pela internet.

Quanto custa emocionalmente o comodismo humano do século 20 e 21?

Não há tempo para a família, não há tempo para os amigos e de forma açodada, alguns reservam um tempo para Deus. O consumo nos faz trabalhar muito, seguindo uma trajetória sem precedentes.

Isto tem causado transtorno a humanidade, pois a comodidade, o bem viver custam caro, pois as pessoas esquecem o essencial da vida para conquistar um espaço transitório.

O consumismo se tornou exagerado, impulsionado pela  mídia que traça o que o ideal para uma  família perfeita (materialmente falando), e assim estas caminham no sentido de sempre conseguirem o ideal, mitigando outros valores mais relevantes.

Desta forma, como Deus tem enxergado tudo isto?

A maior parte da humanidade, com toda a corrida em busca do material, esqueceu-se de Deus. Não se tem mais tempo para adorá-lo; a prioridade do ser humano passou a ser ele mesmo.

Por outro lado, a idolatria – considerando aqui não só o culto aos ídolos, mas a tudo aquilo que se coloca na frente de Deus – tem levado o homem a mudar o conceito de que devemos amar a Deus acima de todas as coisas.

A maior parte das pessoas também tem negligenciado o amor ao próximo. O egocentrismo tem tomado conta do homem e a concentração das riquezas em mãos de poucos tem feito a maior parte das pessoas viverem sob a égide da miséria. As diferenças das classes sociais são gritantes. Onde está a justiça que Jesus pregou aqui e que Deus tanto cobra do homem?

Pausa do mundo para mudança de trajetória: O que poderia parar o ser humano a não ser uma pandemia global?

O medo da morte que o ser humano tem é grande. Após a pandemia, o homem foi obrigado a parar, a repensar a sua vida, e a engrenagem que move tudo isto também paro. Muitos começam a repensar o que é o ideal, qual é o peso de cada valor na vida, embora os que servem a Deus sabem que é ele acima de tudo; o resto é transitório.

Enquanto o homem não conhecer a essência de sua vida nesta terra e o futuro que Deus tem reservado para cada um, bom ou ruim dependendo do que se fizer aqui, as coisas não mudarão. Voltando à passagem inicial de Jeremias, o homem tem sim o livre arbítrio, mas Deus tem um caminho traçado e quando o homem se desvia neste caminho, consequências graves podem advir.

Com efeito, precisamos estar conscientes de que a desobediência a Deus e o exercício da idolatria, são fatores capazes de ocasionar crises de diversificados tipos em nossa sociedade.

Consequências da desobediência a Deus

Na idolatria, o homem troca o Único Deus por outro deus, ferindo o primeiro mandamento do decálogo divino. Deus, em muitas situações, destrói os idolatras, pois, idolatria é o pecado que mais o aborrece.

Na Bíblia, encontramos vários exemplos das mãos de Deus proferindo juízos sobre situações de grave desobediência na qual se praticava a inversão de valores que hostilizavam a Deus e a fé daqueles que guardavam ao seu código de valores. Pode-se citar o diluvio que foi o primeiro juízo universal, a morte dos egípcios no Mar Vermelho, e muitos outros povos do passado.

Voltando ao nosso tema proposto, os caminhos são traçados por Deus, mas o livre arbítrio que Deus concedeu a humanidade faz com que o ser humano caminhe por veredas desconhecidas e tortuosas. Mas ainda assim há um princípio básico e fundamental que Deus deixou na terra: o que o homem plantar, isto ele colherá.

O homem precisa rever a sua trajetória na terra, e repensar o que tem feito. Deus pode rever situações mesmo que esteja irado com o homem. Ele deixou de destruir Nínive porque o povo de humilhou, jejuou, porque Deus quer corações contritos e humilhado. Por isso, todos que já servem a Deus devem melhorar a sua conduta a cada dia no sentido da revisão dos valores nesta terra.

A corrida do homem deve ser em sentido contrário também com olhar voltado para outras prioridades que não se tem tido para que Deus use de misericórdia e benevolência com o mundo de maneira global.

A Bíblia é clara neste sentido:

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mal” –  Eclesiastes 12:13,14

“…mas, para o que semeia justiça, haverá galardão certo” – Provérbios 11:18

 “ A sinceridade dos íntegros os guiará, mas a perversidade dos aleivosos os destruirá. A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o perverso pela sua falsidade cairá”. – Provérbios 11:3,5-6: