O profeta não tem valor em sua própria terra
Marcos 6:4,5: “Só (1) em sua própria terra, (2) entre seus parentes e (3) em sua própria casa, é que um profeta não tem honra“. E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los.
Daremos início a essa mensagem fazendo algumas perguntas aos irmãos:
- Quem disse essas palavras? Jesus.
- Qual a definição de profeta?
- Pessoa que anuncia os desígnios divinos, que prediz acontecimentos por inspiração de Deus. “Deus falava aos hebreus através dos seus profetas.”
- Pessoa que, supostamente, prediz o futuro; vidente, adivinho.
- Qual o papel de um profeta? Falar, anunciar acontecimentos.
- A quem Cristo dirigiu essa observação? Aos seus irmãos judeus.
- E de quem Cristo se referia? A si mesmo.
- Ele era um profeta verdadeiro ou não? Sabemos que sim.
Em outras palavras, ele estava dizendo que mesmo sendo um profeta verdadeiro, na sua pátria, entre seus parentes, com os da sua própria casa, Ele, o próprio Mestre, não tinha valor!
E hoje indagamos a cada um dos irmãos: Essas palavras se referiam apenas aos profetas, às pessoas que proferiam a palavra de Deus naquela época? Não! Sabemos que tudo que está escrito, tudo que Jesus disse, ele disse para o nosso ensino.
Então, a pergunta que não quer calar é: Por que isso acontecia e ainda acontece? Qual é o nosso problema com aqueles que estão à nossa volta? Com aqueles que nos são mais caros, nossos próximos? Reflitam sobre isso, enquanto analisamos algumas situações:
Vejamos os irmãos de Jesus (João 7:3-6: E seus irmãos lhe disseram: Saia daqui e vá para Judéia para que os seus discípulos também possam ver as obras que você está fazendo; pois ninguém faz as coisas em segredo quando procura ser conhecido publicamente. Se você está fazendo essas coisas, mostre-se ao mundo”
Vemos aqui uma certa ironia e na sequência temos a confirmação dela. Na verdade, seus irmãos não exerciam fé nele. Aqui vemos que os irmãos de Jesus, criados em sua própria casa, NÃO criam nEle. E a pergunta é POR QUÊ?
Em Marcos 6:3, vemos a opinião daqueles que o conheciam, conheciam-no de perto, pois conheciam sua família: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão e não estão as suas irmãs aqui conosco?” Assim, começaram tropeçar por causa dele, mas Jesus lhes disse: “Um profeta não fica sem honra a não ser em sua própria terra, entre os seus parentes e na sua própria casa”.
Em outra situação, citada em Marcos 3:21, Jesus estava em uma casa, e a multidão se ajuntou, de modo que não podiam sequer tomar a refeição e o vers. 21 nos diz: “Mas quando seus parentes souberam do que estava acontecendo, saíram para pegá-lo, pois diziam: “Ele perdeu o juízo””. E os versículos 31-33 nos contam que sua mãe e seus irmãos foram a sua procura e foi quando eles ouviram que seus irmãos e mãe eram aqueles que faziam a vontade de Deus.
Num mesmo versículo, podemos observar duas realidades: uma multidão que se aglomerava, ansiando ouvir aquele homem, impossibilitando-os até mesmo de tomarem uma refeição, uma multidão composta por aqueles que apenas ouviram falar do seu nome e de seus feitos (João 6:2; Mateus 12:15). E, por outro lado, vemos os parentes de Jesus, tendo-o por louco e querendo tirá-lo de lá.
Observem o contraste das opiniões: os desconhecidos o reputavam por um santo homem, um profeta de Deus; e seus familiares, por um insano. São conceitos totalmente opostos, totalmente divergentes!
Lemos na Bíblia a grande história de um homem que subiu em uma figueira apenas para vê-lo passar!Tamanha a sua curiosidade pelo que ouvira sobre Ele!
Lemos também que um grupo de amigos descobriu o telhado da casa onde Yeshua estava e desceu um enfermo por uma corda à sua frente, para que o mesmo fosse curado e a sua fé foi honrada.
Vemos uma mulher curada em meio a multidão apenas por sua fé de que, ao tocar na orla de suas vestes, seria curada da enfermidade da qual padecia há 12 anos.
E nenhum deles foi decepcionado em suas expectativas!
A multidão que o seguia ficava dias sem comer, apenas para ouvi-lo e por duas ocasiões foram alimentadas, não apenas espiritualmente, mas literalmente na multiplicação dos pães e dos peixes. Elas vinham de longas distâncias para ouvi-lo. Mas os próximos a Jesus não criam nele!
A Bíblia nos diz que a rainha de Sabá se levantará no juízo e julgará essa geração. Por quê? Há duas sugestões mais aceitas quanto à localização do reino de Sabá: Sul da Arábia, no atual Iêmen, e ao Nordeste da África, localizada na Etiópia. Se estiverem corretas, ela andou em lombos de camelos por 2000 km, apenas para ouvir a sabedoria de Salomão, um homem como nós.
Quanto mais valia o Filho do Deus Altíssimo, aquele que deu à Salomão a sabedoria que possuía, a própria SABEDORIA DE DEUS personificada! (I Coríntios 1:24,30).
E foi esse mesmo homem, a sabedoria de Deus, que disse essas palavras de Marcos 6:5-6 e, nos diz a Bíblia, que Ele não pôde realizar obras poderosas ali a não ser curar alguns enfermos e admirou-se por sua falta de fé. Percebam que a fé está intimamente vinculada ao que recebemos de Deus em nossa vida pessoal!
Voltamos agora à pergunta inicial, irmãos, que é: Por que Jesus diria que o profeta não ter valor na sua terra e entre sua parentela se estranhos o julgavam sábio, um profeta de Deus, um homem eloquente e se aglomerarem por dias para ouvir suas palavras?!
A resposta é que os mais íntimos nos conhecem, conhecem nossos pontos fracos e fortes, nossos deslizes e nos julgam por isso. Há alguém perfeito? Não! Se houvesse, aqueles homens que buscavam apedrejar aquela mulher pega em adultério, acusados por sua própria consciência, saíram um a um, a começar dos mais velhos!
Somos todos anjos de uma asa só; precisamos da asa do outro para voarmos. Então, tudo se resume no julgamento. Julgamos nossa parentela, porque conhecemos seus defeitos, mas nos esquecemos que Jesus aceita a cada um como é. O desejo de mudar tem que vir de cada coração, para que realmente queira se tornar como seu Primeiro Irmão.
Então, como agir diante da rejeição daqueles que amamos? Como agir diante da rejeição em casa, na escola pra quem estuda, entre os parentes, no trabalho e levá-los a conhecer a grandeza da Salvação?
A Bíblia nos dá a resposta em Filipenses 2:5-8:“Mantendo a mesma atitude de Cristo que embora existisse em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo que tinha, assumiu a forma de servo e se tornou humano, ele se humilhou e se tornou obediente a ponto de enfrentar a morte”.
Portanto, sofrendo injustamente. Se sofrermos porque fizemos o mal, que benefício há? Mas se sofrermos como Jesus, que, quando insultado, não revidava, quando sofria, não fazia ameaças; mas entregava-se àquele que julga com justiça.
Quando desprezado pela família, não deixava a obra para o qual fora forjado. Quando expulso da terra dos Gadarenos, após repreender os espíritos imundos daqueles dois homens que viviam entre os sepulcros, simplesmente respeitou a vontade do povo, a equidade e cruzou o lago, operando maravilhas do outro lado para aqueles que creram nEle e que ansiavam ouvi-lo.
A nossa dificuldade está em achar que os ataques são contra nós, mas não são. O ódio e a rejeição não são contra você, mas sim contra Yeshua. O alvo dos ataques não são você, mas Jesus. Então, não tente se defender, pois a nossa luta são contra os principados e potestades, contra os poderes e autoridades, as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
Nosso papel é interceder por nossos opositores, como Paulo fazia, embora preso ou como Estevão que, embora apedrejado pelos seus, de joelhos, orava dizendo: “Senhor, não lhes imputes esse pecado”.
Nada do que Cristo disse é em vão. Quando Ele disse: “Das crianças vem o perfeito louvor “(Mateus 21:16), é porque criança não guarda raiva, ela briga e depois brinca. Quando brava por algo que alguém lhe fez, a criança tem uma atitude muito interessante, que podemos transpor para nossa própria existência quando você lhe faz algo que a desagrada: “Vou contar para o meu pai!”. O mesmo devemos fazer: contar para o nosso Pai!
Jesus avisou antecipadamente: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa…” “tratarão assim vocês por causa do meu nome”