O Justo como Palmeira e Cedro no Líbano
“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano”– Sl 92:18
O versículo fala da Palmeira e do Líbano. Que lições poderíamos aprender com essas duas plantas? O que o justo a ver com elas?
1. O Justo florescerá como a Palmeira:
1.1. Adaptabilidade e crescimento da Palmeira:
A Palmeira se adapta bem em qualquer ambiente: zonas rurais, urbanas e interiores. Seu tamanho varia, de acordo com seu aproveitamento e condições ambientais. Podem crescer até 10 metros ou mais.
A Bíblia, no mesmo Salmo, indica o melhor lugar onde o “cristão palmeira” deve ser plantado: “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus”.
Adubada pela Palavra de Deus, a planta cria raízes firmes e profundas e assim, alcança grande crescimento.
Palmeiras se destacam, são visíveis a longas distâncias. Assim é o servo de Deus: é notado pela sua maneira especial de ser, seu amor e testemunho alcançam vidas, mesmo que estas estejam em lugares longíguos.
1.2. Resistência da palmeira:
A resistência a ventos e tempestades é uma outra característica da planta. Elas balançam, perdem folhas… mas não caem facilmente. É muito trabalhoso arrancar uma palmeira adulta do solo.
Exemplo disso: em Janeiro de 2005, um tsunami devastou a Indonésia. As imagens que percorreram o mundo mostraram casas sendo destruídas, prédios sucumbindo a força da água, muitos destroços e pessoas sendo arrastadas. Em meio ao terrível cenário, víamos palmeiras intactas e pessoas agarrando-se a elas para sobreviverem. Uma mulher de 23 anos (Melawati), da província de Aceh, sobreviveu cinco dias agarrada ao tronco de uma palmeira, em alto-mar. Foi resgatada por um barco pesqueiro.
Assim é com o justo; sujeito a “ventos fortes e tempestades”. Por vezes, saímos tão machucados, mas, a graça de Deus nos sustenta nos dando vida e vigor para amparar os mais fracos.
“Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, O Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” – I Cor 1:4.
1.3. Da palmeira tudo se aproveita:
Da planta, aproveita-se tudo, produzindo-se: fibras, óleos, ceras, etc. Crescimento, adaptação e estabilidade são características marcantes da palmeira.
Assim é com o cristão justo: “Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus”. (Rom. 8:28). Deus transforma situações de derrota em vitória. Nada é em vão para o cristão, obediente à Palavra.
Não foi assim com Jesus? Satanás achou que o tinha derrotado com a crucificação. Mas, foi justamente ali que construiu a maior de todas as vitórias. Foi quando o apóstolo Paulo se sentiu fraco que Deus lhe falou: “Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” – II Cor 12
A “ventania” sopra, arranca folhas, espalha as flores e quando cessa tudo, lá está o servo obediente, tal qual a palmeira: Ilustre vencedor, mais forte, pronto para florescer e renovar as forças.
1.4.Florescimento da Palmeira:
As Palmeiras florescem numerosas vezes, em abundância, o ano inteiro, em todas as estações. Os insetos, especialmente as abelhas, encontram ali alimento e contribuem com a polinização.
Depois das flores, os frutos. Sendo “Cristão palmeira”, os frutos são abundantes o ano inteiro, independente da estação.
As abelhas representam os sedentos, ávidos por alimento para a alma, saciando-se do néctar do cristão. Compara-se o néctar ao Espírito Santo, que tem poder para convencer o homem “do pecado, da justiça e do juízo” – Jo 16:18.
As abelhas são como a mulher samaritana: levam as boas novas a outras que passam a “beber da mesma fonte”.
2. O Justo como Cedro no Líbano.
Na segunda parte do versículo, a Bíblia assevera que o justo crescerá como cedro no Líbano – Sl 92:12.
Não foi à toa que Davi teceu essa comparação. Deus, que criou todas as coisas, sabe muito bem das lições que devemos aprender com as plantas. Vejamos o que o Cedro do Líbano tem a nos ensinar:
2.1. Crescimento Lento Mas Consistente.
Sabemos acerca do Cedro do Líbano que ele cresce devagar, mas chega a atingir a altura de até 40 metros.
Nos primeiros três anos de vida, as raízes crescem até um metro e meio de profundidade, enquanto a planta tem somente cerca de cinco centímetros. Somente a partir do quarto ano é que a árvore começa a crescer.
O Cristão é como o cedro do Líbano, e portanto, tem a promessa de crescer. Ainda que o seu crescimento seja lento conforme a experiência do cedro, ele acontecerá e se tornará visível a todos.
A preocupação do filho de Deus, principalmente nos primeiros anos da vida cristã, não deve estar no crescimento em si, mas no lançar das suas raízes. Lembre-se do fato de que nos três primeiros anos o cedro possui raízes de um metro e meio de profundidade, enquanto a planta apresenta apenas cinco centímetros! Entendamos, portanto, que o foco está no lançar das raízes muito mais do que nas evidências externas.
Notamos muitas pessoas preocupadas porque não percebem que estão crescendo espiritualmente. Provavelmente estejam esperando frutos visíveis, ministérios estabelecidos, ou alguma evidência externa de que estão crescendo em Deus.
No entanto, como o cedro, não deveríamos estar tão focados nessas evidências externas, se verdadeiramente nos ocuparmos em aprofundar as nossas raízes. Fazemos isso através da leitura da Palavra, da assimilação dos Seus princípios e da devida aplicação na vida prática.
A essência da Palavra de Deus é o AMOR: quanto mais nos exercitamos no Amor a Deus e ao próximo, mais profundas serão nossas raízes, e depois, no seu devido tempo, passaremos a manifestar um crescimento gradativo.
“E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Efésios 3:17-18)
2.2. Raízes que Buscam as Águas Profundas:
Outra verdade interessante é que o Cedro do Líbano é muito resistente e suporta vento e calor. Suas raízes profundas buscam água nos lençóis freáticos e por isso ele não depende de chuva, como planta típica dessa região árida e semi-árida.
Assim deve ser o cristão. Para crescer à semelhança do cedro, ele não pode viver na dependência dos fatores externos. Ele precisa aprender a aprofundar as suas raízes a fim de buscar alimento e provisão mesmo em condições desfavoráveis de seca, calor e ausência de chuvas.
Há quem diga que deixou de crescer espiritualmente por causa da falta de espiritualidade da sua igreja local. Às vezes nos queixamos da própria família por não nos propiciar as condições favoráveis para o êxito em alguma área da vida. Nas mais diversas ocasiões, se nos descuidarmos, estaremos sempre achando um “bode expiatório” para os nossos fracassos.
No entanto, o ensino bíblico nos mostra que apesar da ausência de chuvas ou de fatores externos extremamente desfavoráveis, há de se encontrar as águas mais profundas. Aquelas que se acham quando são buscadas. Não estão na superfície da indiferença nem da preguiça. Não estão no limiar do conformismo ou da apatia espiritual. Elas estão no lugar da fome e da sede de Deus. Elas se encontram no lugar do desejo de ser alguém para Deus e para o mundo.
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13)
2.3. Raízes Que Abraçam a Rocha
Em botânica, ensina-se que toda raiz quando cresce muito e atinge a rocha, ela pára de crescer. No caso do cedro do Líbano, a raiz continua a crescer em volta da rocha, abraçando-a. Enquanto algumas raízes vêem na rocha um impedimento para a sua expansão, para o cedro, justamente o contrário. Quanto mais abraçado à rocha, mais firme ficará.
Para muitos, o encontro com a Rocha fará cessar o seu crescimento. Refiro-me aos que vivem fora da Palavra de Deus. Eles vão crescendo e desenvolvendo seus projetos pessoais até esbarrarem em Cristo e em Seus imutáveis princípios. Não podem prosperar à maneira de Deus porque seus métodos, fórmulas, motivações e ações são condenados por Ele.
Não é assim com o justo que continua crescendo até suas raízes se firmarem na rocha, abraçando-a e estabelecendo uma relação de maior intimidade. “Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.” (1 Pedro 2:7-8 )
3. Conclusão
Sejamos firmes como essas plantas. Saibamos ler na natureza as preciosas lições que Deus quer que aprendamos!
Estudo extraído do precioso blog Tenda na Rocha :
http://atendanarocha.blogspot.com/2008/11/crescer-como-cedro-no-lbano.html
http://atendanarocha.blogspot.com/2008/11/o-justo-como-palmeira.html