Mergulhando nas águas de Israel
Epílogo – I Reis 5:1-5: “Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um homem de destaque, que era respeitado pelo seu senhor, pois por meio dele Jeová tinha dado muitas vitórias à Síria. Ele era um guerreiro valente, embora fosse leproso. Num dos seus ataques contra a terra de Israel, os sírios tinham levado cativa uma menina, que se tornou serva da esposa de Naamã. Ela disse à sua senhora: “Seria tão bom se o meu senhor visitasse o profeta que está em Samaria! Ele o curaria da sua lepra.” Então ele foi e contou ao seu senhor o que a menina de Israel tinha dito. O rei da Síria disse a Naamã: “Vá agora mesmo! Vou enviar uma carta ao rei de Israel.”
Portanto ele foi, levando consigo dez talentos de prata, seis mil peças de ouro e dez mudas de roupa. Essa história nos traz muitas lições:
Apenas uma menina:
Uma menina de Israel levada cativa pelo exército Sírio. Não sabemos seu nome, sua idade, se estava com seus pais. Sabemos apenas que era uma jovem, escrava, num país estranho. Será que podemos aprender alguma coisa com esta menina?
Passando sobre a ofensa :
Observemos o que ela diz a sua patroa. Ela poderia escolher ter raiva do patrão por tê-la levado de sua pátria ou rir-se da desgraça dele. Mas, ao invés disso, traz uma palavra de esperança: “Se ele estivesse diante do profeta que esta em Samaria” faríamos isso pelos infelizes ao nosso lado, que nos tiraram dos braços da família? A menina podia fazer pouca coisa, e fez: apontou o caminho. Temos apontado o caminho da salvação aos infelizes que estão ao nosso lado?
Uma fé inabalável, mesmo longe de casa:
Se o general Naamã se encontrasse com Eliseu, ficaria curado. Essa era a convicção da menina. Irmãos, quantas vezes nos falta este tipo de fé!
Confiança no Médico dos médicos
A menina podia ter recomendado um médico de Israel ou um remédio. Mas não, ela recomendou o “Médico dos médicos”, que às vezes só está esperando uma palavra de um servo seu às pessoas, para que essas o busquem, e Ele se deixe conhecer, trazendo-as ao arrependimento, a fim de que sejam salvas.
A autoridade de um servo
Naamã era rico, influente, respeitado, poderoso, amigo do rei, mas leproso. Nunca ouvira falar do Deus de Israel ou no seu poder. Quanto aquele homem deve ter procurado a cura!… Quem era aquela escrava para que ouvissem suas palavras?!
Entretanto, ouviram o seu conselho: a esposa contou ao marido e ele ao rei: “Vejam o efeito das palavras de um servo de Deus. O servo de Deus é ouvido, não importa em que posição Deus possa tê-lo colocado”. Basta que abramos nossa boca, pois a autoridade vem de Deus.
O rei de Israel rasga suas vestes
O rei não entendeu que Naamã agradava a Deus e havia na vida desse homem um propósito: conhecer Deus! Ele o recebeu com desconfiança e insegurança.
Naamã levou ao rei de Israel a carta do rei da Síria, que dizia: “Junto com esta carta, eu lhe envio meu servo Naamã, para que o cure da sua lepra.” O rei, desesperado, rasga sua roupa, achando que o rei da síria procurava um pretexto para atacá-lo. Acaso era ele Deus para curar alguém de lepra? Havia tantos leprosos em Israel sem cura, como poderia ele curar aquele sírio!!!
Quando Eliseu, o homem do verdadeiro Deus, soube que o rei de Israel rasgara a sua roupa, mandou imediatamente dizer ao rei: “Por que o senhor rasgou a sua roupa? Por favor, deixe o homem vir a mim, para que ele saiba que há um profeta em Israel.”
Distância entre Síria e Samaria
A distância entre a Síria (Damasco) e a Samaria é de 150 km. Não é um trajeto curto para ser cruzado à pé ou à cavalo, camelo. Naamã estava muito motivado e só alguém que crê numa possibilidade real de cura, poderia andar tal distância fiado na palavra de uma escrava. Naamã se encontrava cheio de expectativa, sonhava em ver-se livre daquela doença, pois do que lhe adiantava tanta bravura e ser leproso, ter uma doença incurável?
O rei envia Naamã a Eliseu e aqui começa o propósito: imaginem o nível de expectativa desse homem!…
A indignação de Naamã
Ao chegar na humilde residência de Eliseu, e parar à entrada da casa, ansioso por conhecer o profeta, qual não foi sua surpresa ao não ser recebido pessoalmente por ele. Em vez disso, recebe apenas uma mensagem através de seu servo, Giesi: “Vá, lave-se sete vezes no Jordão, e sua carne será restaurada, e você ficará puro.”
Com orgulho ferido, e evidentemente achando que, sem cerimônia e futilmente, tinha sido mandado de um lugar para outro, Naamã virou-se, enfurecido, pronto para ir embora, sentindo-se frustrado, indignado, desrespeitado.
A Bíblia nos diz: “Então Naamã ficou indignado e resolveu ir embora, dizendo: “Eu disse a mim mesmo: ‘Ele virá para fora, ficará em pé na minha frente e invocará o nome de Jeová, seu Deus, movendo a mão para lá e para cá sobre a lepra para curá-la.’ Não são o Abana e o Farpar, os rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não posso me lavar neles e ficar puro?” Então se virou e foi embora furioso”.
Percebam que Naamã olhava com olhos carnais e em sua carnalidade analisava a questão da água dos rios de sua terra, o Albana e o Farfar, de forma literal, mencionando que eram melhores que todas as de Israel. Ele comparava a pureza das águas no sentido material, mas Deus usava com ele, através do profeta, uma linguagem espiritual.
Lições implícitas na história
Eliseu, ao não recebê-lo, deixa claro que quem fará algo a Naamã, não é ele e sim Deus. Porque a expectativa do outro era que ele lhe impusesse as mãos.
Não havia água pura, em nenhuma nação, como a de Israel! Ele o manda mergulhar nelas, a única que pode dar vida ao homem.
Ele não o manda mergulhar uma, mas sete vezes. Não poderia Deus tê-lo curado com apenas um mergulho? Mas há sete selos de salvação, de perfeição, na Mensagem de Israel, que limpam as enfermidades de um homem e o tornam “puro”.
O mergulho era símbolo do batismo em Nome de Jesus, que viria na Segunda Aliança, trazendo salvação aos gentios, como Naamã.
A cura do leproso
Os olhos de Naamã ainda estavam vedados. Ele não conseguia enxergar o propósito em tudo aquilo. Se os seus ajudantes não tivessem raciocinado com ele e indicado a razoabilidade das instruções recebidas, ele teria voltado ainda leproso ao seu país.
Seus servos lhe disseram: “Meu pai, se o profeta lhe tivesse dito para fazer algo muito difícil, o senhor não faria? Quanto mais, então, se ele apenas lhe disse: ‘Lave-se e fique puro.’”
Em vista disso, ele foi e mergulhou no Jordão sete vezes, segundo a palavra do homem do verdadeiro Deus. Então sua carne foi restaurada, tornando-se como a de um menino, e ele ficou puro.
Ora, a água de Israel nos torna como meninos sem pecado, limpos de toda mácula. Assim como ela fez literalmente com Naamã, ela o faz espiritualmente conosco.
O Reconhecimento
Olhem que curioso: O profeta não foi recebê-lo quando chegou, mas foi recebê-lo após sua cura… Por que?
Vocês acham que o espírito que ele chegou foi o mesmo de quando recebeu a cura? Não, ele chegou como o General do rei da Assíria, mas após sua cura, volta humildemente como servo do Deus Altíssimo. Deus permitiu ao profeta recebê-lo apenas após seu reconhecimento do poder do Deus de Israel.
A Bíblia nos diz que Naamã e toda a sua comitiva voltaram ao homem do verdadeiro Deus. E ele disse ao profeta: “Agora eu sei que não há Deus em nenhuma parte da terra a não ser em Israel. Por favor, dê ao seu servo um pouco do solo deste país, a carga de um par de mulas, pois o seu servo não fará mais oferta queimada nem sacrifício a outros deuses, a não ser a Jeová. Mas que Jeová perdoe o seu servo apenas pelo seguinte: toda vez que o meu senhor, o rei, entra na casa de Rimom para se curvar ali, ele se apoia no meu braço, e eu tenho de curvar-me na casa de Rimom. Quando eu me curvar na casa de Rimom, por favor, que Jeová perdoe o seu servo.” Então Eliseu lhe responde: “Vá em paz.”
Irmãos, aqui um gentio reconhece e se curva ao Deus de Israel, já predizendo o que haveria de acontecer em nossos dias.
De graça recebei, de graça dai
Naquele tempo, observamos, pela atitude de Naamã, que era comum presentear-se os sacerdotes dos deuses. Ele havia trazido a Eliseu ouro, prata e vestes de gala, mas Eliseu dá outra lição nesse homem, dizendo: “Tão certo como vive Jeová, a quem sirvo, não aceitarei o presente.”
O discípulo do profeta torna-se leproso
Geazi, ajudante de Eliseu, o homem do verdadeiro Deus, disse a si mesmo: ‘Meu senhor deixou Naamã, este sírio, ir embora e não aceitou o que ele trouxe. Tão certo como Jeová vive, correrei atrás dele para que ele me dê alguma coisa”. Ele mentiu a Naamã que seu senhor o enviara para pegar algumas coisas, pois chegaram visitas e voltou com roupas e peças de prata.
Mas, ao chegar, Eliseu lhe perguntou: “De onde você veio, Geazi?” Ele respondeu: “Seu servo não foi a lugar nenhum.” Eliseu lhe disse: “Será que meu coração não estava lá com você quando o homem desceu do seu carro de guerra para ir ao seu encontro? Será que agora é tempo de aceitar prata, roupas, olivais, vinhedos, ovelhas, bois, servos ou servas? Portanto, a lepra de Naamã se apegará a você e aos seus descendentes para sempre.”.
Então Geazi saiu da presença dele leproso, branco como a neve.