O poder do jejum e da oração
I Tessalonicenses 5:17-19: “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Nós, enquanto igreja, precisamos crescer no jejum e na oração, pois não temos ideia do poder de sua eficácia!
Quando oramos, estamos nos conectando com Deus, deixando-o saber que confiamos nEle, qual os nossos anseios, alegrias e tristezas nessa vida. Temos que mudar o nosso jeito de ver a oração!
Assim como dizemos: “Hoje, ao chegar em casa, terei uma conversa com meu pai ou com minha mãe, ele(a) saberá me orientar quanto ao que devo fazer”. Nossos pais podem nos dar orientações, mas às vezes titubeiam. Às vezes também têm dúvida quanto à atitude correta; outras vezes, se não conhecerem a Deus, nos mandam agir pela carne e não pelo espírito. Mas há um que não titubeia, que não é de meias-palavras, cujo pronunciamento é certeiro e inequívoco: Deus. E quantas vezes ficamos com o problema nas mãos, nos fechamos, oramos de forma rasa, com os pensamentos voltados para nossos problemas e angústias e não os expomos com franqueza e aguardamos naquele que é o único que pode resolvê-los.
Fazemos alianças matrimoniais, fraternas, comerciais, sem consultar ao Eterno antes de fazê-lo, e colhemos o produto de nossas escolhas e alianças mais tarde, porque não pusemos em oração aquele propósito. Fazemos orações superficiais, principalmente quando é o que queremos, mas não temos certeza se é o que Deus quer.
Jeremias 17:10 diz: “Eu Jeová examino o coração, sondo os pensamentos mais íntimos, para retribuir a cada um segundo os seus caminhos, conforme o fruto de suas obras.”
Ao consultarmos Deus, temos que fazê-lo com sinceridade, mostrando que estamos aguardando sua resposta, mas muitas vezes já vamos com a decisão tomada em nosso coração, querendo apenas que Deus a aceite como o melhor para nós, porque na verdade é o que queremos. (vide Ezequiel 14:1-7)
Irmãos, homens mudaram a história com o poder da oração!
Em Josué -10:12-13 lê-se a seguinte passagem: “Josué falou ao Senhor no dia em que ele entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse em presença dos israelitas: “Sol, detém-te sobre Gibeão, e tu, ó Lua, sobre o vale de Ajalon”. E o Sol se deteve e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. O Sol parou no zênite e não se moveu durante quase um dia inteiro”.
Irmãos, vocês têm noção do que é Deus ouvir a voz de um homem e fazer com que as maiores estrelas criadas por Ele, de nosso sistema solar, simplesmente parassem no céu?!!! Esse é o poder da oração!
Em Atos 12:12-15 nos relata que Herodes começou a maltratar alguns da congregação e quando viu que isso agradava aos judeus prendeu também a Pedro, e era a Semana dos Pães Asmos.
A Igreja reunida orava em favor de Pedro que estava preso. 12:5 “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia continua oração por ele a Deus”. Rode, serva da casa, estava no Culto de Oração por Pedro, na casa de Maria, sua senhora. 12:12. “Onde muitos estavam reunidos e oravam”. Através da intercessão da Igreja de Deus, o Eterno enviou seu anjo que fez com que as correntes que prendiam a Pedro se soltassem, o cárcere se abrisse, e o portão que levava à rua se abrisse sem mãos. Pedro pensou tratar-se de uma visão, mas de repente o anjo desapareceu e ele vendo que estava nas ruas de Jerusalém, dirigiu-se à casa de Maria, mãe de João.
“E, batendo Pedro à porta, Rode saiu para atender, e ficou tão feliz ao ouvir a voz de Pedro que, ao invés de abrir a porta, voltou para dentro para contar aos irmãos, que a tiveram por louca e alegaram que devia ser o anjo de Pedro”.
Irmãos, Pedro se dirigiu justamente para onde a Igreja estava reunida! Não poderia ele ter ido para outro lugar? Coincidência?! No mundo espiritual não coincidências! O que Deus estava querendo mostrar a eles e a nós hoje através desse relato é o INCRÍVEL PODER DA ORAÇÃO EM CONJUNTO!
O JEJUM
A Palavra nos ensina uma outra arma imbatível para vencer as dificuldades, tribulações e tentações que nos assolam: o jejum!
Quantas bênçãos os cristãos estão deixando de receber por não buscarem intimidade com Deus através do jejum e da oração. Muitos anseiam por ver os sinais do povo de Deus, por uma intimidade maior, por ouvir Deus falando com ele, por conversões de familiares ou curas. Querem tantas coisas de Deus, mas não separam tempo para Ele! Querem obter, mas usando a “lei do mínimo esforço”.
O jejum serve para nos aproximarmos de Deus. Renunciamos a comida por algum tempo para focarmos em Deus, procurando alimentar o espírito, ignorando as coisas que normalmente chamam nossa atenção. Ao jejuarmos, estamos dizemos que dependemos totalmente de Deus, que queremos ser ouvidos, queremos ser melhores!
O tempo de jejum serve para orarmos e buscarmos orientação. Na Bíblia também é um sinal de tristeza, arrependimento. O jejum nos fortalece espiritualmente, nos aproximando do Eterno.
Há jejuns na Bíblia por diferentes propósitos:
Tristeza: “Quando ouvi essas coisas (as dificuldades e humilhações dos que sobreviveram ao cativeiro e a situação dos muros de Jerusalém) que estavam em ruínas , sentei-me e chorei. Passei dias lamentando-me, jejuando e orando ao Deus dos céus” – Neemias 1:4.
Arrependimento: Os ninivitas creram em Deus. Proclamaram um jejum, e todos eles, do maior ao menor, vestiram-se de pano de saco. Quando as notícias chegaram ao rei de Nínive, ele se levantou do trono, tirou o manto real, vestiu-se de pano de saco e sentou-se sobre cinza. Então fez uma proclamação em Nínive: “Por decreto do rei e de seus nobres: “Não é permitido a nenhum homem ou animal, bois ou ovelhas, provar coisa alguma; não comam nem bebam!” – Jonas 3:5-10.
Socorro: “Decretem um jejum santo; convoquem uma assembleia sagrada. Reúnam as autoridades e todos os habitantes do país no templo do Senhor, o seu Deus, e clamem ao Senhor” – Joel 1:14.
Conversão: “Agora, porém”, declara o Senhor, “voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto.” – Joel 2:12.
Livramento: “Reúna todos os judeus que estão em Susã, e jejuem em meu favor. Não comam nem bebam durante três dias e três noites. Eu e minhas criadas jejuaremos como vocês. Depois disso irei ao rei, ainda que seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei” – Ester 4:16.
Proteção: “Ali, junto ao canal de Aava, proclamei jejum para que nos humilhássemos diante do nosso Deus e lhe pedíssemos uma viagem segura para nós e nossos filhos, com todos os nossos bens” – Esdras 8:21
Lamento: “Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando-me, jejuando e orando ao Deus dos céus” – Neemias 1:4.
Súplica por misericórdia: “Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e súplicas, em jejum, em pano de saco e coberto de cinza.” – Daniel 9:3.
Expulsão de Espírito Maus: Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não conseguimos expulsá-lo?” Ele respondeu: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum” – Marcos 9:28-29.
Busca de direção: Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram – Atos 13:2-3.
Unção de pessoas escolhidas para um propósito: Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado – Atos 14:23.
Preparo Espiritual: “Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez.” – II Coríntios 11:27.
Mas como jejuar?
Para quem não está acostumado, deve-se começar aos poucos, por períodos. Comece tirando uma refeição ao dia e assim sucessivamente. Para tudo há princípios que nos norteiam e, com o jejum, não poderia ser diferente.
Os cinco princípios que devem nortear o jejum
1º Tenha um ou mais objetivos ou propósitos específicos para fazer um jejum, tais como família, um milagre que pretende alcançar, uma cura. Na Coreia do Sul, quando algum membro da família está doente, todos se unem e usam seu tempo de férias para consagrar dias de jejum em prol do enfermo. Eles vão ao Monte da Oração e lá todos os membros da família, segundo o acordado, vão se revezando em dias de jejuns, até que a cura aconteça. E ela acontece, pois quando jejuamos e oramos, damos munição para que milagres ocorram.
2º Tenha estabelecido o momento específico de início e finalização para que você consagre o jejum ao Senhor, tal como de por do sol à por do sol, das 6 até 18 hrs. E diga, em oração, a Deus o tempo e a forma: se será um jejum absoluto (de tudo: sólido e líquido), parcial (de todos os alimentos, menos água) ou seletivo (abstenção de alimentos que nos dão prazer, que realmente apreciamos: carne, sobremesas, chocolates, etc).
Mateus 26:41: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação…”
Cristo estava vigilante de sua situação de fragilidade humana e nos deu o maior exemplo de vigilância: o jejum. O jejum te deixa alerta, atento para as investidas do maligno. Percebam que Ele, sabendo das dificuldades que estava passando e da tentação que sofreria, se antecipou, jejuando por 40 dias. Mateus 4:2 nos diz: “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome”.
Percebam que Jesus jejuou por 40 dias e que, após esse período, diz a Bíblia que Ele “TEVE FOME”. Logo, inferimos que seu jejum foi parcial, pois não diz que teve sede. Além do mais, uma pessoa que faz um jejum absoluto por quarenta dias muito provavelmente ficaria desidratado após alguns dias e não sobreviveria, porque é provado que necessitamos de água e que, após três dias, sem água começam complicações.
O jejum bíblico é abster-se de alimentação por um propósito espiritual. Mas há pessoas que jejuam tirando coisas que gostam: TV, internet. Isso pode ser considerado jejum? Jejum, como já disse, é abster-se de alimentação!
3º Durante o jejum, seu pleito, problema, ou o que quer que seja, deve ser apresentado periodicamente através da oração.
Jejum sem apresentação do propósito a ser alcançado, apenas esperando passar o tempo conversando ou dormindo, é PASSAR FOME, não tem validade e alguma outra finalidade.
4º Você deve ter consciência que é um período de consagração para orar e alimente-se da Palavra.
Esse deve ser o alimento durante a consagração. Um jejum pode envolver algo mais do que comida. Paulo diz, em I Coríntios 7:5, que o único motivo para um casal dar um tempo do seu momento de intimidade física é se os dois não só estiverem de acordo, por um período de tempo para se dedicar à oração.
O sexo é proibido? Não! É lícito. O texto nos mostra que existem abstinências de outras formas mesmo sendo de coisas lícitas, não erradas, mas que podem temporariamente ser colocadas de lado, para nos consagramos. Por exemplo, antes da entrega da Lei no Pentecostes, Deus pediu para que o povo se consagrasse e que os homens não tivessem relações sexuais – Ex. 19:14-15. Uma consagração não dever ser feita com a pessoa fazendo as atividades normais do dia a dia, pois, como o próprio substantivo usado evidencia, consagrar-se significa “o ato de dedicar-se, de devotar-se a Deus.”
Com certeza, durante a consagração de quarenta dias de Jesus, ele leu e estudou muito a Palavra de Deus tanto que, na hora da tentação, percebamos que Satanás citava as Escrituras para Jesus: “Porque está escrito…”… Mas Jesus replicava com muita tranquilidade, a cada investida do maligno, com a Palavra pura, sem distorções: “Mas também está escrito…”. Satanás, diz a Bíblia, é mais sábio que Daniel, pois ele conhece a Palavra mais do que qualquer um, e por isso, ele faz pequenas distorções dela que, no final, leva a grandes desvios… O que temos hoje são desvios da Verdade: mudou-se o dia de guarda, o nome invocado no batismo, a data do sacramento da Páscoa, a Lei foi abandonada; enfim, nos mantemos de pé pelo jejum e oração, associados ao estudo da Palavra.
5º No final do jejum, deve haver uma oração de entrega do dia ao Senhor
Deve-se agradecer pelo dia, e que, se for de Sua vontade, Ele te conceda sua petição. Ao término do jejum, alimente-se sempre de alimentos leves: frutas, legumes, verduras, sopas, sucos. Quanto mais longo, mais leve deve ser a alimentação. Nunca pizza, massas ou coisas pesadas.
Outros efeitos benéficos do Jejum
Destronando o Rei Estômago – O jejum combate os desejos da carne. Quando jejuamos, estamos destronando o Rei Estômago. Agora mesmo, o estômago de muitos pode estar dizendo: “Não aceite, não aceite”! Mas, em nome de Jesus, devemos destroná-lo.
Todos nós já ouvimos o ditado “o caminho para o coração do homem é através do seu estômago”. Satanás sabe disso também. Por exemplo O que fez Esaú? Vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilha. Na tentação de Jesus, Satanás também o tentou seduzir pelo estômago.
Autocontrole – O jejum crucifica a carne, e quando crucificando a carne, você fica menos egoísta. Quando alguém não está conseguindo controlar algo, o jejum a ajuda. O jejum te ajuda a ser mais intenso na presença de Deus. Porém, se o jejum não significar nada pra você também, nada significará também pra Deus.
A Bíblia diz que aquele que controla a sua língua – em outras palavras, a sua boca – é capaz de controlar todo o seu corpo. Sempre acabamos entendemos esse versículo apenas no contexto relativa à “fofoca”, e nunca o transferimos para o da abstenção de alimentação, ou seja, para o jejum. Se você for capaz de se dominar, jejuando, será capaz de dominar outras áreas de sua vida.
Saúde física – Os jejuns são importantes também para o mundo natural. Uma estatística sobre o povo americano dizia que um cidadão americano ingere em média 1,8 kgr por ano de conservantes químicos, colorantes, estabilizantes, flavorizantes e outros aditivos. Essas substâncias se acumulam em nosso corpo, causando enfermidades.
O jejuns periódicos são necessários para eliminar os venenos do nosso corpo, visto que abaixa a pressão sanguínea, dá tempo para o seu corpo parar e se auto imunizar. Além disso, alivia o nervosismo, dá descanso ao seu aparelho digestivo, baixa os níveis de colesterol, e não apenas previne doenças, como também tem benefícios curativos.
Conclusão:
Jesus, em Mateus 6:1-5, cita três princípios que devem ser vividos pelo cristão: “Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita; quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. Quando jejuardes, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te recompensará”.
Percebam que ele não usa a conjunção coordenativa condicional “SE”, e sim uma conjunção adverbial de tempo “QUANDO”, deixando claro que todos que servem a Deus devem fazê-lo em algum momento.
Entretanto, quando o cristão põe em prática esses três princípios juntos: dar esmolas, orar e jejuar, o mundo espiritual se move, somos dotados de grande força, nos tornamos pedras precisas lapidadas, no alicerce cuja pedra angular é Cristo…É assim que milagres começam a ocorrer.
Precisamos definitivamente entender que não estamos em uma quebra de braço com Deus, na qual o jejum irá vencer a sua resistência. O jejum é algo usado em nosso próprio benefício, porque nos transforma e essa transformação traz consigo as bênçãos de Deus que tanto ansiamos!