Epílogo

João 15:16: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”

Mateus 7:19: “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo”.

Introdução

Meus amados, Deus nos chamou cada um de nós que aqui estamos. Porém, quando Ele nos chama, são estabelecidas determinadas condições para servi-lo para chegarmos a ser escolhidos.

Sob tais condição esta implícito o pacto com Ele, ou seja, sermos fiéis, e de caminharmos nos despindo do velho homem, que deve morrer no momento do nosso batismo, para que possamos nos tornar filhos de Deus.

Jesus, quando cumpriu as ordens do pai em várias passagens, nos deixa claro que devemos dar frutos bons e sempre sentencia que: “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo”. (Mateus 7:19)

Mas como se conhece a árvore?  Conhece-se a árvore pelos seus frutos.

Mateus 12:33:  “Uma árvore boa dá bom fruto; uma árvore ruim, dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto”.

Quem é a árvore? Quem somos nós? Jesus é a árvore nos somos os ramos e o nosso fruto bom ou mau são os nossos atos bons ou maus praticados.

Mas como saberemos se somos uma árvore de bons frutos?

Deus nos deu a sua palavra, um código de vida através da Torá.

Guardar os dez mandamentos estanques talvez seja fácil, mas os mandamentos não são dez apenas. Na verdade, estão condensados em Dez Mandamentos, mas há uma gama de outras normas dele decorrentes.

Além disso, Jesus, em sua passagem pela terra, tornou severo alguns mandamentos impostos. Poucos talvez tenham tido condições de guardar a risca. Por exemplo,  quanto ao casamento, na Primeira Aliança poder-se-ia dar carta de divórcio aquele que achasse qualquer defeito em sua mulher. Já hoje não; aquele que repudiar sua mulher não sendo por adultério, comete adultério. No passado, a lei era olho por olho dente por dentro, hoje temos que amar os nossos inimigos. Esses são apenas dois exemplos, mas há mais  situações em que há severidade da lei com a vinda de Jesus.

Analisando os textos de Paulo, vamos encontrar muitos conselhos sobre ser árvore de bons frutos.

O fruto da retidão é árvore de vida

Também Paulo nos dá a primeira conotação para chegarmos aos frutos verdadeiros, aos bons frutos.

Romanos 7:4- “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.”

Claro fica que, quando morremos através do batismo, deixamos se ser pessoas do mundo e passamos a ser propriedade de Cristo, para produzirmos frutos naturalmente bons pois são frutos para Deus.

 Mas o que é o Fruto Bom? Podemos aqui elencar a sequência de vida para produzirmos bons frutos:

1. Fruto bom é a mudança de vida

De maneira simples, o fruto é a mudança de vida, uma vida centrada em Cristo, uma vida onde morremos para nós mesmos para que Cristo possa viver em nós. (Gálatas 2:19-20). Uma vida que busca satisfazer Deus em vez de satisfazer as pessoas ou a si mesmo. Uma vida cujo tema central, foco e prioridade seja Deus. Uma vida centrada em Cristo consequentemente é uma vida de amor a Deus, e este amor se expressa pela guarda dos seus mandamentos.

A Bíblia nos relata tanto as obras infrutuosas das trevas quanto os frutos do espírito, nos quais se condensa toda a lei em especial. Os frutos do espírito se relacionam com o nosso eu pessoal e também a nossa relação com Deus e em especial ao nosso próximo.

Gálatas 5:22-25 nos relata os frutos do espírito e diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”. E acrescenta aqui que aqueles que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.”

2. Fruto bom é andarmos em Espírito:

Andar em espírito é renunciar às obras carnais que nos torna homens carnais, sem temor a Deus. Para isto, deve haver a transformação no novo homem, ou seja, o Espírito Santo de Deus deve morar em nós para termos a Cristo em nós. Vivendo de acordo com o novo homem passaremos a produzir bons frutos pois é uma das características que tem o novo homem.

Paulo diz aos efésios: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10).

Quando andamos em espírito, tememos a Deus, procuramos guardar os seus mandamentos, nos policiamos das coisas porventura erradas que podem nos cercar e nos lançar para praticá-las, pois o temor de Deus é o principio da sabedoria.

Deus nos deu as regras de vida como já disse inicialmente através da Tora, e essas regras devem ser obedecidas, pois é ela que nos conduz ao temor em relação aos pecados contra Deus e contra o próximo.

3. Fruto bom é cumprirmos as ordens de Jesus com relação ao nosso próximo (Lucas 6:27)

3.1. Fruto bom é Renúncia do nosso eu para aceitarmos os nossos inimigos:

”Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;
Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo”.

De todos os mandamentos, este é o difícil, pois sempre o ser humano pensa no revide quando é ferido quando é ultrajado. Mas a postura cristã deve ser outra: amar o inimigo, bendizer e orar pelo aquele que nos persegue. Este exercício só conseguirá aquele que se exercitar em ser espiritual, pois a renúncia do nosso eu é difícil aqui. O ser humano é pecador, o fruto do pecado neste caso seria a vingança. Mas vamos mostrar que temos frutos bons se assim  não o fizermos.

3.2. Ser misericordioso e piedoso com o nosso próximo, não só materialmente mas espiritualmente:

Há muitos mandamentos na Bíblia sobre a misericórdia para com nosso irmão.

Zacarias 7:9:  “Assim falou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um para com seu irmão”. 

Tiago 2:13: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo”.

Provérbios 14:21: “O que despreza ao seu próximo peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado.  Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?” 

I João 3.17: “E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”.

Salmos 82:3: “Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado”. 

I Pedro diz: “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração. Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações”.

Deus não espera que Cristãos apenas creiam, mas que tenham atitudes positivas. Ser apenas a mesma árvore ou dar o mesmo tipo de frutos que davam anteriormente não. Deus se importa com nossos frutos. Deus não espera que você apenas passe pela vida. Deus o criou como criatura única, e destinou a uma coisa: que vá e dê frutos.

Jesus diz em João 15:8 : “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto;”

4. O fruto da participação na igreja: exercer o dom que Deus te deu

Dar frutos não significa somente mudar, ser espiritual, amar o próximo, ajudando-o nas necessidades. A completude disto tudo está na nossa participação na ordem para que fomos chamados. Deus não fez pessoas inúteis. Deus não nos chamou para ficarmos inertes, mas Deus nos chamou para sermos membros do corpo de Cristo.

Se somos membros do corpo de Cristo não podemos estar parados. O corpo não anda com uma perna quebrada. Isto significa que a participação coletiva faz parte dos frutos do espírito. Como Deus nos olha quando somos inertes na sua obra?

Estamos aqui porque somos especiais e devemos ser especiais em todos os sentidos: na nossa participação na igreja, no nosso exercício do dom que Deus nos deu, pois só assim realmente nossos frutos serão bons e, por consequência, nossa árvore.

I Pedro 2:5: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”.

I Pedro 4:10-11: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.”

Deus deu dons a cada um de seus filhos, do mais jovem ao mais idoso, do mais pobre ao mais rico, do analfabeto ao mais educado.

Portanto, temos um papel importante aqui: somos filhos de Deus, membros do corpo de Cristo, sacerdócio santo, despenseiros da graça uniforme de Deus que nos deu todos os dons vindo das virtudes do seus Espírito Santo (Isaias 11:1).

Por isso participe, exerça o seu papel não só sentando no banco da igreja, mas participando de tudo o que é necessário porque assim Deus o quis e ele espera que você corresponda exercitando o dom que Ele te deu, que muitas vezes se encontra adormecido dentro de você pela falta do exercício.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

“A árvore que não dá fruto é cortada é lançada no fogo”.

E a Bíblia nos adverte em muitas passagens sobre os frutos bons de nossa árvore.

João 15:8: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto”.

João 15:1-2: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.” (Nova Versão Internacional).

O Pai se alegra quando seus filhos dão frutos. Veja que Ele tem o cuidado de podar, limpar aqueles que dão frutos para que deem mais frutos ainda! O Pai não quer que sejamos apenas ramos da videira… Ele que sejamos ramos que dão frutos ABUNDANTEMENTE, ramos que dão frutos em sua total potencialidade. Mas para isto devemos estar ligados na videira que é Cristo

João 15:4-5, 8: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer… Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.”

E nós nãos somos a Videira. É Cristo! Somos os ramos. É impossível para um ramo dar frutos, exceto se estiver ligado à videira.

Gostaria de alertar para estarmos atentos para seguir a Deus com todo seu coração, seguir crescendo em uma relação apaixonante com nosso Deus vivo e Jesus Cristo o nosso intercessor, para sermos dignos de ser chamados filhos, e ocuparmos o lugar que ele preparou para nós. Mas para isto, temos permanecer Nele e Ele em nós, pois só assim daremos muitos frutos e nunca seremos cortado da videira!

Para isso, devemos buscar primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas nos serão acrescentadas. No fim do dia, todos temos que decidir o que queremos para a nossa vida. O que queremos fazer de nossas vidas? Queremos ser mornos, infrutíferos, caminhando nas coisas que o mundo busca, ou queremos dar muito frutos  para a glória de Deus?