12 – O perdão, expiação e purificação de pecados
12.1. Cremos na confissão diária de nossos pecados, e na expiação e purificação anual dos mesmos, como selo de salvação. A Expiação de nossos pecados, na Nova Aliança, é feita anualmente, por Cristo, no Santuário celeste, que, como nosso Sumo Sacerdote, intercede perante Jeová para o apagamento de nossos pecados e nossa purificação (Romanos 3:25, 5:9, 8:27-34; Hebreus 4:14-16, 6:19-20, 7:24-26, 8:13, 9:11-15,23-24).
A morte de Cristo é um marco, pelo qual se modificou todo o processo de confissão, apagamento e perdão de pecados, pois quando da sua morte, rasgou-se o véu do Santuário terrestre e encerrou-se o serviço nele, iniciando, por outro lado, um novo caminho ao seu ministério no Santuário celeste, como fonte de salvação, quando intercede por todos que lhe obedecem e confessam os seus pecados (Malaquias 3:1-4; Hebreus 2:17-18, 4:14-16, 8:1-6, 9:7-24, 10:19-23; I João 2:1-2).
12.2. Cristo morreu uma só vez para aniquilar o pecado de muitos (Hebreus 9:12-28). Aqueles que aceitam Cristo como seu Salvador são libertos do cativeiro do pecado, nascendo novamente pelo batismo em Seu nome. Este novo nascimento não significa a isenção total do pecado, pois, neste corpo corruptível, é impossível a perfeição (I João 1:8-10).
A Salvação só nos é dada se permanecermos até o fim na obediência (Mateus 24:13; II Timóteo 4:6-8; Apocalipse 2:10,11). Cristo é o Salvador de todos aqueles que lhe obedecem (Hebreus 5:8,9). Não há justo que guarde a Lei e não peque (Eclesiástico 7:20; Salmos 51:3-9; Tiago 3:1,2; I João 1:7-10).
12.3. A confissão diária, bem como o Dia da Expiação são mandamentos de Deus, tanto na Primeira quanto na Nova Aliança, sendo, portanto, selo de salvação (Levítico 16:29-34; Salmos 32:1-7; Provérbios 28:13,14; Atos 27:9; I João 1:7-10).
Quando não conhecemos a lei de Deus, o pecado não nos é imputado (Atos 17:30-31; Romanos 3:25, 7:7-9; II Coríntios 5:19). Depois que somos batizados e pecamos, não temos mais desculpas para os nossos pecados (João 15:22-23), mas temos como mandamento a confissão diária e a purificação anual dos mesmos, purificação esta que ocorre no dia da Expiação.
Se rejeitarmos este mandamento, receberemos castigos de Deus e também não teremos a garantia de uma vida futura (Deuteronômio 28:15-61; Hebreus 2:1-5); entretanto, se confessarmos os nossos pecados e observarmos o dia da Expiação como um estatuto perpétuo, seremos perdoados e curados (Êxodo 15:26; Salmos 32:3-10, 51:1-9, 103:3).
12.4. Na Antiga Aliança, os pecados de Israel eram confessados diariamente e purificados uma vez ao ano, mediante a apresentação do sacrifício pelo Sumo Sacerdote, no santuário terrestre, o qual era uma sombra de Cristo no Santuário celeste (Levítico 16:29-34; Hebreus: 8:4-5, 9:13-23, 10:1).
Enquanto havia o serviço do Sumo Sacerdote no Santuário terrestre, não havia o de Cristo no celeste (Hebreus 9:7-9). Quando Cristo morreu, rasgou-se o véu do Santuário terrestre e foi encerrado o serviço nesse santuário. Assim, o próprio Cristo, após subir ao céu e assentar-se à direita de Deus, deu continuidade a este serviço, confessando e purificando, perante Deus, nossos pecados no santuário celeste (Mateus 10:32; Hebreus 9:8-9, 10:9-10, 19:23).
Com a morte de Cristo, abriu-se a possibilidade da salvação à todos, e também um novo caminho ao seu ministério no Santuário celeste, como fonte de salvação, quando intercede por todos que lhe obedecem e confessam os seus pecados (Zacarias 13:1-2; Malaquias 3:1-4; Hebreus 2:17-18, 4:14-16, 8:1-6, 9:7-24, 10:19-23; I João 2:1-2).
Dessa forma, após sua ressurreição, Cristo se tornou nosso Sumo Sacerdote eterno, que ouve a nossa confissão diária e, uma vez ao ano, no dia designado, 10 do sétimo mês do calendário lunar (Levítico 16:29-31; II Coríntios 5:10; I João 2:1-2), intercede por nós perante o Pai, purificando nossos pecados cometidos durante o ano (Romanos 3:25-26, 5:9-11; Hebreus 6:19,20, 8:1-7, 9:11-28, 10:19-23; I João 2:1,2).
Cristo fez uma Nova Aliança no dia da Páscoa com os seus discípulos, utilizando o pão e o vinho como simbologia de seu corpo e de seu sangue, para perdão de nossos pecados (Mateus 26:17-29). Na primeira Aliança, somente os circuncidados tinham o direito de participar da Páscoa (Êxodo 12:43-49). A Páscoa apontava Cristo na Nova Aliança, e dela só os batizados em Seu nome, que é a circuncisão de coração, têm o direito de participar, e, consequentemente, do Dia da Expiação para o perdão e apagamento dos pecados (Coríntios 5:7-8; Mateus 26:26-28; Marcos 16:15,16; I Coríntios 10:16-18; Colossenses 2:11-13).
12.5. Alguns ensinam que o pecado não é registrado, mas é perdoado no dia que o confessamos. A Confissão diária é um pedido de perdão, a fim de que alcancemos a misericórdia no dia da Expiação (Provérbios 28:13-14). Só é apagado aquilo que é registrado. Se o pecado não fosse registrado, não precisaria ser apagado, ficando assim anulado o julgamento feito pelo o que está escrito nos livros celestiais (Daniel 7:9-10; Apocalipse 20:11-15).
Quando pecamos, não ocorre julgamento imediato (Êxodo 32:34-35; Eclesiástico 8:11-13); há primeiro a exortação para o arrependimento, e depois, a confissão de pecados (Atos 3:19). Aquele que não confessar os pecados, deixando-os, já está condenado, sendo difícil o seu estado na presença de Deus (Provérbios 28:13,14, 29:1; Mateus 5:23,24, 18:15-17).
Os que não crêem no dia da Expiação ensinam que Jesus perdoou os pecados no madeiro, o que não é verdade. Madeiro era lugar de maldição e não de perdão de pecados (Deuteronômio 21:22-23; Gálatas 3:1-11). Toda oferta pelo pecado era oferecida no santuário para ser aceita (Levítico 5:4-6); a oferta oferecida fora dele, era oferta a Satanás (Levítico 17:1-10; Deuteronômio 12:9-14; I Coríntios 10:18-21). Se o pecado fosse perdoado no madeiro, ficaria anulada a oferta do sacrifício de Cristo no santuário, quando intercede por nós, no Dia da Expiação (Levítico 16:29-34; Hebreus 9:11-15, 10:19-23; I João 2:1-2).
Outros anulam a confissão e o Dia da Expiação, ensinando que Cristo perdoou uma vez para sempre, não sendo necessária a comemoração desse dia. Mas os que assim crêem e ensinam estão anulando tanto a lei de Deus que imputa o pecado (I João 1:8-10), como também o ministério de Cristo no Santuário Celeste, que intercede ao Pai, para Purificação e apagamento dos pecados dos livros celestiais. Vejamos o texto de Hebreus 7:24-25 falando de Cristo: “mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 8:1-7; 9:24-25; I João 2:1-2).
Jeová jurou por si mesmo ao Filho que este será Sacerdote eternamente, para interceder por nós (Salmos 110:1-6; Hebreus 2:17-18, 4:14,16, 6:17-20, 7:24-28, 8:1-6; I João 2:1,2). Cristo ofereceu o seu sangue uma vez para sempre, garantindo, como âncora firme, o perdão de nossos pecados e a purificação dos mesmos, todas as vezes que intercede por nós perante o Pai (Hebreus 6:19-20, 9:11-15,23,24).
Alguns vão mais além, anulando o dia da Expiação, ensinando que a confissão diária é para perdão dos pecados, como está escrito no livro de Levítico do capítulo 4 ao 7, e que hoje não é mais necessária a celebração deste dia.
Esse ensinamento não é pautado nas Escrituras, uma vez que confissão diária, no primeiro lugar do Santuário, não era feita pelo sacerdote. Vejamos: Se o pecado, por exemplo, fosse de roubo contra Deus ou contra o próximo, teria que ser devolvido o que fora roubado (Levítico 5:15-19, 6:1-7; Números 5:7; Ezequiel 33:14-16; Malaquias 3:3-12; Mateus 22:21; Lucas 19:8,9). Se o pecado, porventura, fosse de palavras contra um irmão, teria que se pedir perdão ao ofendido, a fim de que houvesse a reconciliação (Mateus 5:22-26, II Coríntios 2: 5-11) e só então, é que o sacerdote oferecia o sacrifício do pecador, para que este obtivesse o perdão do mesmo. No dia designado, o sumo sacerdote intercedia pelo pecador perante Jeová, para apagamento e purificação do pecado (Levítico 19:21-22; Salmos 32:1-6; Provérbios 28:13,14; Hebreus 4:14, 6:17-20).
O dia 10 do sétimo mês do calendário lunar não era um dia de confissão para a Igreja, mas somente para o sumo sacerdote, que confessava os pecados da igreja diante da Arca onde estava a lei de Deus, oferecendo o sangue de animais para a purificação dos pecados que foram confessados durante o ano (Êxodo 30:9,10). Se os pecados fossem purificados pela confissão diária, ficaria sem valor o Dia da Expiação, quando o sumo sacerdote fazia a intercessão por eles.
12.6. Hoje, temos uma âncora firme, a nossa fé em Cristo e a certeza de que Ele entrou no segundo lugar do Santuário, e ofereceu o seu sangue, sangue da Nova Aliança, uma vez para sempre, como purificação, havendo obtido uma eterna redenção para os que crêem.
Cristo, no dia por Deus designado, comparece agora, perante o Tribunal celeste, como nosso Sumo Sacerdote eterno, para interceder por nós perante o Pai, a fim de que se proceda ao apagamento, dos livros celestiais, dos pecados que foram confessados, diariamente, durante o ano (Romanos 3:25, 5:9, 8:27-34; II Timóteo 2:25; Hebreus 6:19,20, 8:1-7, 9:11-28, 10:19-23; I João 2:1,2).
O Dia da Expiação e purificação de nossos pecados é um dia de santa convocação, de jejum e de aflição para as nossas almas, determinado por Deus como estatuto perpétuo (Levítico 16:29-34, 23:26-32; Números 29:7-11).
Deus não ouve a oração do crente que peca e não confessa o pecado para alcançar misericórdia (Isaías 1:15-17, 59:1-8; Jeremias 7:16, 11:14; João 9:31). O pecado nos separa de Deus, vindo a enfermidade e a tristeza como castigos (Deuteronômio 28:15-35; II Crônicas 21:15-19; Salmos 32:3-6, 39:7-11; Hebreus 2:1-3).
A confissão nos traz lembranças dos nossos pecados, para termos comunhão com Deus, alcançando a sua misericórdia pelo favor de Cristo, tirando os nossos pecados e curando nossas enfermidades (Êxodo 15:26; Salmos 32:1-7; Isaías 53:10-12; João 1:29).
Os que não crêem na confissão e no Dia da Expiação anulam a graça de Deus, pela intercessão de Cristo, e permanecem nos seus pecados (Romanos 6:1-7). Na primeira Aliança, os que não confessavam seus pecados, e nem compareciam no Dia da Expiação eram eliminados da Igreja e pereciam, levando seus pecados sobre si (Levítico 23:26-32; Números 15:30-31; Provérbios 5:22-23, 28:13,14). Na Nova Aliança, o mesmo acontece para os que não crêem (João 8:21-24,31,32; II Coríntios 12:21, 13:1-3; Hebreus 10:26-31).
Se não confessarmos nossos pecados, todo o bem que fizermos não será lembrado, e morreremos sem misericórdia (Ezequiel 18:24-26, 33:12-16; Hebreus 10:26-31; II Pedro 2:20-22).
A Confissão e o Dia da Expiação terminarão no fim do Juízo. Aqueles que ressuscitarem com o corpo imortal e forem revestidos da imortalidade, a morte para estes foi destruída, a Lei de Deus será escrita em seus corações para receberem o galardão dos salvos. Cristo entregará o reino ao Pai, e ambos reinarão eternamente (Isaías 25:6-9; Zacarias 3:9; I Coríntios 3:13-15, 15:22-28,35-52; Apocalipse 21:1-8).