Diná, uma vítima inocente
Diná foi a única mulher dentre os doze filhos de Jacó. Quando seu pai, finalmente, estabeleceu-se por um pequeno tempo perto da cidade de Siquém, ela decidiu sair para conhecer o lugar, talvez em busca de amigos. Em sua exuberância juvenil, ignorou os perigos do estilo de vida pagão dos jovens de Siquém, diretamente contrário às tradições de sua família. Talvez estivesse confiante de que poderia cuidar de si mesma, apesar de estar em terra estranha.
Aquilo que começou como um passeio motivado pela curiosidade acabou na tragédia do estupro de Diná praticada por um jovem príncipe de Siquém (Gn 34.2). Quaisquer que tenham sido as circunstâncias que levaram a essa tragédia, Diná certamente não esperava nem merecia essa degradação máxima. Ela não apenas teria de conviver com o trauma do estupro, como também teria poucas chances de ter um casamento feliz no futuro.
Siquém, pai de Hamor, aproximou-se do pai de Diná para pedi-la em casamento, como era costume na época. O príncipe a queria tanto que pediu a Jacó para estabelecer o preço do dote da noiva (v. 12). Hamor também propôs uma aliança entre os dois povos (algo proibido por Deus). Apesar de o ato de estupro praticado por Hamor ser deplorável, ele demonstrou mais dignidade em sua tentativa de consertar a situação do que o próprio pai e os irmãos de Diná. Armando um golpe, eles colocaram toda a população masculina em desvantagem e, depois, os massacraram.
O resultado da visita de Diná à cidade de Siquém foi esmagadoramente trágico: ela foi estuprada, todos os homens da cidade foram assassinados, viúvas e crianças foram escravizadas, Jacó e sua família foram obrigados a fugir de casa, as chances de Diná conseguir um bom casamento acabaram e o nome de Deus foi desonrado entre os idólatras.
Mesmo as escolhas mais simples são frequentemente desafios espirituais nos quais nossas irmãs e filhas devem ter cautela. A curiosidade com relação ao mundo pode colocá-las em situações nas quais vão sofrer nas maos de pessoas incrédulas. Que os pais também sejam advertidos para fazerem de sua casa um abrigo e escudo para seus filhos.
Extraído de:
A Bíblia da Mulher: Leitura, Devocional e Estudo, v. Almeida Revista e Atualizada. São Paulo: Ed. Mundo Cristão e Sociedade Bíblica do Brasil, p. 58.